Os partidos PSDB, DEM, PSD, Solidariedade e MDB se juntaram com uma pauta em comum: acabar com a ideia do voto impresso na Câmara dos Deputados. O objetivo é que já no início de agosto, na volta do recesso parlamentar. As informações são da CNN Brasil.
As legendas já eram contra a mudanças, mas foram ainda mais motivadas após as falas do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, na manhã da última quinta-feira (22).
Após uma matéria do jornal O Estado de S. Paulo, o general se posicionou em um evento público e divulgou uma nota. Ele negou que tenha pressionado o presidente da Câmara, Arthur Lira, condicionando a eleição de 2022 ao voto impresso. Ao mesmo tempo, ele se mostrou favorável à mudança.
À CNN Brasil, o presidente do Solidariedade, Paulinha da Força, afirmou que a comissão que analisa a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso na Câmara está contra o projeto. Segundo o parlamentar, são 19 votos contrário, entre os 32 membros.
A ameaça de “golpe” de Braga Netto
O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, mandou um recado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL) no dia 8 de julho: se não houver voto impresso e auditável, não haverá eleições em 2022. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo o Estadão, o recado foi enviado por meio de um interlocutor. Quando Braga Netto transmitiu o “aviso”, ele estava acompanhado dos chefes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
De acordo com informações do Estadão, Lira disse a interlocutores que estava preocupado e descreveu a situação como “gravíssima”. O voto impresso ainda não foi votado na Câmara dos Deputados e ainda tramita em uma Comissão Especial, no entanto, partidos do Centrão já concordaram em delibera contra a medida.
O presidente da Câmara entendeu o recado do ministro da Defesa como uma ameaça de golpe e procurou Jair Bolsonaro. Lira teve uma longa conversa com o presidente da República. Segundo o Estadão, Lira expressou a Bolsonaro que não apoiaria nenhuma tentativa de golpe institucional. Ele reforçou a lealdade ao presidente, mas reforçou que não admitiria uma tentativa de golpe.
Bolsonaro, por sua vez, teria dito que nunca defendeu uma tentativa de golpe e reafirmou ter compromisso com a Constituição Federal.
Braga Netto e Lira negam
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), negou que tenha recebido uma ameaça de golpe do ministro da Defesa, general Walter Braga Netto. Nas redes sociais, ele disse que o povo está interessado em vacinas, à despeito do que sai na mídia.
Em um evento na manhã de quinta, Braga Netto garantiu que não se comunica com presidentes de outros Poderes por meio de interlocutores e garantiu que as Forças Armadas sempre irão atuar dentro dos limites da Constituição.
“Acredito que todo cidadão deseja maior transparência e legitimidade no processo de escolha de seus representantes. A discussão sobre o voto eletrônico e auditável, por meio de comprovante impresso, é legitima e está sendo analisada pelo Congresso”, completou, ao ler a íntegra de uma nota que, segundo ele, será publicada no site do Ministério da Defesa.