Forças de segurança francesas rumaram para uma área a nordeste de Paris nesta quinta-feira (08/01) depois que os dois irmãos suspeitos de cometerem o atentado ao jornal Charlie Hebdo foram vistos num posto de gasolina da região. Um gabinete de crise foi instalado na capital francesa para coordenar o que chamou de uma “caçada sem precedentes” .
A unidade antiterrorista da polícia francesa (RAID) e a unidade de operações paramilitares especiais (GIGN) foram enviadas para Villers-Cotterets, a cerca de 70 quilômetros de Paris. Duas fontes policiais afirmaram que os suspeitos – os irmãos parisienses Cherif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos – foram vistos armados num carro do modelo Renault Clio.
Segundo a polícia, o carro foi abandonado depois de ser usado pelos dois suspeitos, que foram identificados por uma testemunha. O gerente de um posto de gasolina teria reconhecido os dois homens depois de ser assaltado por eles.
Bruno Fortier – prefeito de Crépy-em-Valois, vizinha a Villers-Cotterets – disse que helicópteros estavam sobrevoando a cidade e que policiais e forças antiterrorismo estavam chegando em massa. “É uma valsa incessante de carros de polícia e caminhões”, relatou.
Enquanto a caçada aos suspeitos segue, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, declarou nesta quinta-feira temer que os dois radicais que mataram 12 pessoas no atentado ao jornal pudessem agir novamente.
A polícia divulgou fotos dos irmãos Kouachi, descrevendo-os como “armados e perigosos”. Cherif, um conhecido jihadista, foi condenado em 2008 por envolvimento numa rede que recrutava combatentes numa mesquita de Paris para lutar contra americanos no Iraque.
Até agora, sete pessoas foram presas durante a caçada aos irmãos. Ainda na noite de quarta-feira, horas depois do atentado, um jovem de 18 anos que também estava entre os suspeitos se entregou à polícia, negando envolvimento com o atentado.
Reino Unido reforça segurança
O Reino Unido reforçou as medidas de segurança em portos e fronteiras nesta quinta-feira na sequência do ataque em Paris, apesar de as autoridades britânicas afirmarem que não há nenhuma nova ameaça específica ao país.
O primeiro-ministro David Cameron disse que o nível de ameaça nacional foi mantido como “severo”, o segundo mais alto numa escala de cinco. Isso significa que forças de inteligências acreditam que a probabilidade de ataque é grande.
Theresa May, secretária do Interior, disse que a polícia e guardas de fronteira haviam “intensificado o controle de passageiros, veículos e mercadorias vindos da França e de outras partes da Europa”.
Também houve um incremento na segurança na estação de trem parisiense Gare du Nord, onde guardas de fronteira britânicos controlam passageiros com destino a Londres.