Pelo menos 95 pessoas morreram e 246 ficaram feridas no atentado cometido neste sábado (10) em Ancara, a capital da Turquia, contra uma manifestação em prol da paz, segundo novo balanço oficial. Os números foram divulgados pelo ministro turco da Saúde, Mehmet Muezzinoglu,em entrevista transmitida ao vivo pelo canal de notícias NTV.
A nota confirma que o “massacre” foi causado às 7h04 GMT (4h04 de Brasília) de hoje por duas explosões e que “a causa das mesmas ainda é desconhecida”. No entanto, várias testemunhas, entre elas um correspondente da Agência Efe que estava a poucos metros da detonação, relataram que pode se tratar de um atentado suicida.
O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, suspendeu durante três dias a campanha eleitoral para as eleições gerais que serão realizadas no país no próximo dia 1º de novembro.
Além disso, foi convocada uma reunião de emergência com membros do alto escalão do governo e dos serviços de inteligência turcos, conforme indicou a agência “Anadolu”.
O líder do partido da esquerda pró-curda (HDP), Selahattin Demirtas, disse ao jornal “Habertürk” que esse “bárbaro massacre” lembra os atentados de Diyarbakir, do último dia 5 de junho, e o de Suruç, no dia 20 de julho.
O primeiro deles, que deixou quatro mortos, foi cometido dois dias antes das últimas eleições em um comício do HDP. Já o segundo, que provocou 34 vítimas fatais, foi realizado contra uma assembleia de jovens esquerdistas ligados à luta curda na Síria.
Segundo o jornal “Hürriyet”, um deputado do partido social-democrata CHP que estava na manifestação afirmou que bolas de aço foram colocadas dentro dos explosivos detonados hoje, algo também observado nos dois outros ataques mencionados.
Após o atentado de Suruç, a guerrilha do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) suspendeu o cessar-fogo que mantinha com o governo da Turquia há mais de dois anos.
Desde então, centenas de pessoas morreram na Turquia em ataques, atentados e confrontos entre o PKK e as forças de segurança turcas.