A presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR) considerou hoje (3) “inadmissível” que organizações nacionais estejam há dois meses prontas para receber refugiados, que vivem situações dramáticas nos campos onde aguardam transferência.
A decisão de Portugal de acolher cerca de 4,5 mil pessoas, no âmbito do Programa de Relocalização de Refugiados na União Europeia (UE), avançou em setembro e as organizações envolvidas no processo criaram um plano de acolhimento, mas continuam sem saber a data da chegada do primeiro grupo.
“A situação é inadmissível e choca, diante da necessidade de saída urgente de pessoas. É chocante que o ritmo seja tão lento”, criticou Teresa Tito de Morais, em declarações hoje à Agência Lusa, acrescentando que “a espera é pesada, porque já estamos preparados para acolher as pessoas, mas elas não vêm”.
A responsável do CPR adiantou que as organizações sentem uma “certa revolta” em relação à lentidão do processo e questionou por que apenas a Suécia e a Finlândia receberam refugiados no âmbito do programa de relocalização da UE.
“A Europa tem de ser responsabilizada por não atuar com a rapidez e a urgência que a situação impõe”, criticou Teresa Tito de Morais, lembrando que além de Portugal, a Espanha e a França também aguardam a chegada de pessoas, que vivem em situações desumanas amontoadas em campos de refugiados.
Hoje, o primeiro grupo de 30 migrantes partiu de Atenas para Luxemburgo, a um para redistribuir as pessoas pelos 28 Estados-membros, de modo a aliviar a pressão em países como a Grécia e a Itália.