Brigadista morre após incêndio em museu; acervo está preservado

Um brigadista que trabalhava no Museu da Língua Portuguesa morreu após um incêndio atingir o local na tarde de hoje (21). O homem sofreu uma parada cardíaca e foi levado para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu. Em entrevista no local, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, confirmou a morte do brigadista e prestou solidaridade à família.

O incêndio começou por volta das 15h30 no primeiro andar do museu e se alastrou atingindo, principalmente, os últimos andares. O telhado foi bastante destruído pelas chamas. De acordo com o secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki, até momento, as informações são de que o acervo do museu não foi atingido. O local mais afetado pelo fogo, segundo o secretário, abrigava uma exposição temporária de cenografia. Como o museu não recebe visitas às segundas-feiras, não havia visitantes no local na hora do incêndio. “Os acervos são a alma dos museus. Se não se perdeu o acervo, considero que é uma perda menor”, disse.

O secretário estadual de Cultura, Marcelo Araújo, disse que o acervo do museu é digital. “Temos cópias técnicas. A exposição de longa duração poderá ser refeita”, disse, acrescentando que a área expositiva foi toda destruída. O secretário não soube responder se o museu tinha álvara de funcionamento, pois a licença é concedida para todo o edifício, que inclui a estação de trens e metrô. “Todos os equipamentos de segurança estavam previstos e instalados.” O museu está localizado em uma parte do edifício da Estação da Luz. Um dos cartões-postais da cidade, o prédio foi inaugurado em 1867.

Mais de 100 homens e 60 viaturas dos bombeiros trabalharam no local e conseguiram o controlar o fogo por volta das 17h45. Neste momento, os bombeiros fazem uma operação de rescaldo. As causas do incêndio estão sendo apuradas.

As ruas próximas ao museu permanecem fechadas para circulação de carros e pedestres e chove bastante na região. As linhas 7 e 11 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) tiveram a circulação interrompida entre as estações Luz e Brás. O incêndio chamou a atenção de quem passava pelo local e da imprensa, inclusive internacional.

Museu

O Museu da Língua Portuguesa abriu as portas ao público no dia 21 de março de 2006. Dedicado à valorização e difusão do idioma, considerado patrimônio imaterial, recebeu mais de 1,6 milhão de visitantes em nos primeiros três anos de funcionamento, tornando-se um dos museus mais visitados do Brasil e da América do Sul.

A equipe é formada por sociólogos, museólogos, especialistas em língua portuguesa e artistas. O museu foi montado pelo governo do Estado de São Paulo, em convênio com o governo do estado de São Paulo. Foram usados cerca de R$ 37 milhões para financiar a criação, pesquisa, implantação do museu e restauração do prédio da Estação da Luz.

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