O Tesouro Nacional captou US$ 1,5 bilhão de investidores norte-americanos e europeus com taxa de juros de 6,125% ao ano. O dinheiro veio da emissão de títulos da dívida externa com vencimento em janeiro de 2026, feita hoje (10). A taxa obtida na operação foi a maior para esse tipo de papel em sete anos.
Por meio do lançamento de títulos da dívida externa, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais com o compromisso de devolver os recursos com juros. Isso significa que o Brasil devolverá o dinheiro daqui a 10 anos com a correção dos juros acordada, de 6,125% ao ano.
Taxas mais altas de juros indicam maior grau de desconfiança dos investidores de que o Brasil não conseguirá pagar a dívida. Com os sucessivos rebaixamentos sofridos pelo país, os estrangeiros passaram a cobrar juros mais elevados para comprar os papéis brasileiros. As taxas obtidas hoje são as mais altos para títulos externos de 10 anos em dólares desde janeiro de 2009
A menor taxa da história tinha sido de 2,686% ao ano, obtida em uma captação externa em setembro de 2012. A emissão de hoje foi o primeiro lançamento de títulos da dívida externa desde setembro de 2014. Na ocasião, o governo brasileiro captou US$ 1,05 bilhão com papéis de 11 anos com juros de 3,888% ao ano.
A taxa do título brasileiro foi 419,6 pontos maior que a dos títulos do Tesouro americano, de 10 anos. Em setembro de 2014, a diferença estava em 147 pontos. Os títulos norte-americanos são considerados os papéis mais seguros do mundo.
Os recursos captados no exterior serão incorporados às reservas internacionais do país em 7 de abril. De acordo com o Tesouro Nacional, as emissões de títulos no exterior não têm como objetivo principal reforçar as divisas do país, mas fornecer um referencial para empresas brasileiras que pretendem captar recursos no mercado financeiro internacional.