Quarta-feira, 14, em Manacapuru (AM), dezenas de pessoas ocuparam às ruas, pacificamente, e com palavras de ordem iniciaram um protesto contra ao governador José Melo (PROS).
O movimento, contudo, foi reprimido por um grupo de policiais da Polícia Militar do Amazonas. Fortemente armados, os policiais inibiram o direito de ir e vir dos manifestantes com barreiras montadas com viaturas policiais no itinerário a ser seguido pelo povo.
“Governador onde está o dinheiro da saúde”? “Quer mais saúde? 90 neles kkkk #fora melo #fora 90”, “Melo x Manacapuru…70,80,90 100 saúde”. “Governador cadê as ambulâncias”, “cadê os medicamentos”? “queremos saúde de qualidade e não mentiras”.
O estopim do movimento, como pode ser observado nas palavras de ordem estampadas nos cartazes, não foi outro senão as precárias condições do sistema de saúde do município e, sobretudo, as promessas do governador de um novo hospital para suprir não só as necessidades locais, mas, também, dos municípios adjacentes.
No mesmo dia, uma outra manifestação – desta vez promovida por um pequeno grupo da saúde – saíram às ruas em defesa do governador sem qualquer incômodo policial. (Fonte/Portal do Ozi)
Para entender
Em janeiro de 2013, uma quarta-feira, o então secretário Estadual de Saúde, médico Wilson Alecrim, esteve em Manacapuru (AM) e anunciou para a população do município a construção de um novo hospital naquela cidade.
A nova unidade, de acordo com o secretário, deveria ter 100 leitos e funcionaria em parceria com o hospital que seria construído pela Susam na Cidade Universitária, em Iranduba.
Pois muito bem. Três anos após o anúncio da boa nova nem um tijolo foi colocado no local para o início dos trabalhos que, pela previsão de Alecrim, deveria ser concluído no final de 2014.
Hospital prometido e planejado pelo governo não saiu do papel
Já dia 29 de setembro do mesmo ano, ou seja, oito meses depois, foi a vez do então governador Omar Aziz que, em visita às obras do Centro de Educação de Tempo Integral (Ceti) de Manacapuru, anunciou a construção de um novo hospital em Manacapuru, com 100 leitos e investimentos de R$ 20 milhões.
Decorridos mais de dois anos, no entanto, nem um leito, tampouco qualquer espécie de investimento foi realizado no local, conforme prometera Omar Aziz, que não se esqueceu de levar uma placa para marcar a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do tão sonhado hospital.
No dia 29 de setembro, um dia depois das promessas de Omar, levadas ao povo de Manacapuru, a Secretaria Estadual de Saúde (Susam) divulga, em nota distribuída à imprensa, o início das obras do hospital.
Diz a nota que a Ordem de Serviço teria sido assinada pelo secretário Estadual de Saúde em exercício, José Duarte dos Santos Filho. Junto com a nota a Susam manda, inclusive, uma foto com três técnicos apontando, sabe-se lá para onde, no canteiro de obras.
Mas foi só. Promessas, promessas, promessas e uma foto.
Em 2014 foi a vez do governador José Melo (PROS). Foi a Manacapuru, prometeu e não cumpriu.