No período de janeiro a julho deste ano, 2.376 estabelecimentos comerciais fecharam as portas na capital fluminense. Esse número se eleva para 6.080 no estado em razão do momento difícil da economia brasileira, informou hoje (9) o presidente do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio), Aldo Gonçalves.
Segundo Gonçalves, em situações de crise o comércio “está na linha de frente. É o primeiro a sentir os efeitos da retração da economia, considerando, principalmente, a inflação alta que corrói o salário do trabalhador e, também, o desemprego. As pessoas sem trabalho não podem comprar, não podem consumir”.
Aldo Gonçalves informou que, apesar da crise, já se avista luz no fim do túnel. “Só que o túnel é muito comprido.” De acordo com o dirigente, as perspectivas de melhora só ocorrerão no próximo ano. “Temos expectativas de melhora, mas as medidas concretas ainda não apareceram”.
Alugueis
O presidente do CDL-Rio lembrou que o índice de desemprego é o primeiro a ser atingido em qualquer crise e o último a sair. “Até a retomada dos investimentos pelas empresas, o emprego é o último índice a se recuperar. E o emprego é fundamental para o comércio”, afirmou.
Para Aldo Gonçalves, também contribuiu para o fechamento dos estabelecimentos comerciais o elevado preço dos alugueis, principalmente no custo das renovações contratuais. O fechamento das 2.376 lojas varejistas nos sete primeiros meses deste ano mostra aumento de 15,7% em comparação ao mesmo período do ano passado. Em todo o estado do Rio de Janeiro, a extinção de 6.080 empresas superou em 18,8% o resultado registrado em igual período de 2015.
Somente no mês de julho, 793 estabelecimentos comerciais encerraram atividades na cidade do Rio, com crescimento de 102% em relação ao mesmo mês de 2015. Dessas, a maior parte (278) ocorreu na zona norte, seguida de 224 na zona oeste, 150 na zona sul e 141 no centro.