Após reunião com os empresários do Sindicato das Empresas de Transportes de Manaus (Sinetram) e representantes do Rodoviários, o prefeito Arthur Virgílio Neto garantiu que a frota de transporte coletivo de Manaus estará nesta quarta-feira, 18, com 100% dos veículos nas ruas.
O prefeito explicou que o diálogo foi o caminho encontrado para selar o compromisso entre as partes para o retorno da prestação do serviço à população.
“As duas categorias possuem demandas. Uma quer o reajuste da tarifa, outra reivindica o Dissídio Salarial. Tivemos uma boa conversa e ficou acertado que a cidade funcionará normalmente amanhã (quarta-feira) e isso é uma garantia formal que temos do sindicato dos rodoviários. Não haverá a necessidade de tomarmos nenhuma outra medida”.
Em virtude dos pleitos, Arthur garantiu que as negociações com as categorias irão avançar e outros encontros serão mediados pelo vice-prefeito Marcos Rotta, ainda esta semana.
“Estamos abrindo uma rodada de negociações. O próximo passo será reunirmos os trabalhadores e patrões para vermos exatamente quais são os pontos de convergência para depois chegarmos nas divergências, mas em primeiro lugar estão os interesses de Manaus e do seu povo”, defendeu o prefeito.
Em relação a um possível aumento da tarifa do transporte coletivo, o prefeito lembrou que nenhuma capital do País mantém a tarifa congelada desde 2014 e que não há por enquanto qualquer conclusão sobre reajuste.
“Havia um compromisso do Governo do Estado de repassar parte do subsídio e que não foi cumprido. Agora, temos que buscar uma forma de aumentar o valor desse subsídio dentro do que é possível em relação ao nosso tesouro municipal”, disse o prefeito.
Representando o Sindicato dos Rodoviários, o vereador Jaildo Oliveira lembrou da reivindicação dos trabalhadores, mas garantiu que a categoria irá trabalhar normalmente nesta quarta-feira.
“Trouxe uma demanda dos trabalhadores, reivindicada há oito meses, um aumento que é de direito. Foi uma conversa muito boa e o prefeito nos recebeu muito bem. Os ônibus amanha estarão rodando normalmente”, reafirmou o vereador.
Com o retorno dos ônibus para as ruas, o juiz Adilson Maciel Dantas revogou também a prisão da diretoria do Sindicato dos Rodoviários.
Liberação da frota
Nas ruas, a população começou a ficar mais tranquila pelo retorno dos ônibus. Sônia Montenegro, 52, disse que o dia foi cansativo porque buscou outros meios para chegar ao trabalho pela manhã. “Depois de pegar dois alternativos, ainda tive que ir andando da Djalma Batista até o bairro Dom Pedro”, contou.
Nirlando Araújo, 32, é lojista no centro de Manaus e destacou que a greve reduziu o movimento no comércio. “Perdi nesta terça-feira 90% do meu faturamento do dia. O movimento no Centro foi muito baixo e tive funcionários que não conseguiram vir trabalhar. Isso me prejudicou e acabou prejudicando todo comércio”, comentou.
Ações judiciais
A paralisação desta terça-feira desobedece decisão da última segunda-feira, 16, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que a pedido da Procuradoria Geral do Município (PGM), determinou que fosse mantida a circulação de 100% da frota de ônibus da capital, sob pena de multa diária de R$ 100.000,00. Mesmo assim, os trabalhadores rodoviários cruzaram os braços e nenhum dos 1.360 veículos do Sistema de Transporte Coletivo saiu das garagens na manhã desta terça.
Em uma nova decisão liminar emitida na manhã de hoje, desta vez a pedido do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), o TRT determinou que 100% da frota dos ônibus de Manaus voltasse a circular imediatamente. A multa também foi majorada para R$ 50 mil por cada hora de paralisação, a contar do recebimento da notificação.
O órgão trabalhista declarou ainda a prisão de toda a diretoria do Sindicato dos Rodoviários, como resposta à solicitação encabeçada pela Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE), juntamente com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Procon Amazonas, pela desobediência à decisão judicial expedida na segunda-feira, 16.