O professor José Melo, que agora é governador do estado, pelo menos até o final de dezembro deste ano, tem empreendido verdadeira corrida pelo interior do estado – uma espécie de périplo, corrida desenfreada ou desesperada contra o tempo – para inaugurar obras, diga-se de passagem, carreadas com recursos federais nos mais distantes, carentes e esquecidos municípios da calha do Amazonas, por exemplo.
Obras matematicamente calculadas e empurradas com a barriga durante quatro anos pelo governo do estado para serem inauguradas em ano eleitoral e dessa forma viabilizar a candidatura do professor que já se encontra em acelerada campanha eleitoral.
Um verdadeiro estelionato eleitoral, essa é que é a verdade.
Afinal, não foi o povo o beneficiado com esse perverso jogo, ou logro, mas aqueles que, sem qualquer escrúpulo público ou mesmo cristão, enrolaram por tanto tempo para, agora, somente agora, chegar nos municípios como os justiceiros, os redentores do infortúnio do povo.
Mas o povo é sábio, apesar de tolerante.
Na semana passada, por exemplo, em Barreirinha, protestou veementemente contra o arremedo de obras do sistema viário, feitas à toque de caixa, e inauguradas pelo professor, que não teve tempo de evitar que chegassem em seus ouvidos o som do coro rude e ensurdecedor saído da voz do povo.
Somente com o uso da força policial, que repeliu com violência a indignação do povo de Barreirinha, a obra foi inagurada. Inaugurada mas não empurrada goela abaixo, como acreditava o governador que poderia com a “magia” de seu sorriso.