Os movimentos feministas e mulheres artistas se concentraram desde o início da tarde deste domingo (11) no Largo do Arouche, em São Paulo, no ato “Mulheres pelas Diretas e pelos Direitos”. O evento foi convocado pelas redes sociais por entidades feministas e feministas autônomas.
O evento teve início por volta do meio dia com shows de Slam das Minas, Trans Sarau e Lurdez da Luz. Já se apresentaram também Brisaflow, Tati Botelho, Preta Rara, Stefanie Roberta, Barbara Sweet, Luana Hansen e Aíla. Ainda vão se apresentar Ana Cañas, Flora Matos, As Bahias e A Cozinha Mineira. O ato-show foi encerrado às 18h.
O número de participantes não foi estimado pelas organizadoras. Por volta das 16h50, a Polícia Militar também não soube informar o público presente.
Além de cantores e demais artistas, também discursaram integrantes de movimentos sociais e feministas, entre eles Intersindical, Levante Popular, Central Única dos Trabalhadores e representantes de entidades feministas e feministas autônomas.
Para a socióloga e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Esther Solano, uma das organizadoras do evento, o ato dá voz às mulheres. “Nos sentimos subrepresentadas na política. Esse ato é para as mulheres terem fala própria, para dar visibilidade às mulheres, porque são as que mais vão sofrer com a agenda retrógrada e direitos”.
“Hoje, estar aqui nesse ato no Largo do Arouche, que foi palco de grandes manifestações no Brasil, é fundamental para dizer ‘Diretas já’ e por uma Constituinte que nos respeite. Somos 54% da população e as perdas de direitos caem sobre nós”, afirmou Eleonora Menicucci, socióloga e ex-ministra de Política para as mulheres.
Salvador
Em Salvador, o evento cultural Diretas Já levou ao no Largo do Farol da Barra uma mistura de integrantes de grupos locais e a apresentação de artistas baianos do cenário nacional, como a banda Baiana System, conhecida pelo som irreverente e pelo envolvimento político durante os shows.
Além dos músicos baianos, estiveram presentes também nomes de outras vertentes culturais, como o ator Wagner Moura, políticos e representantes de sindicatos, centrais sindicais e movimentos populares.
Para Mariana Jorge, estudante de jornalismo da Universidade Federal da Bahia (UFBA), é importante a soma de artistas às entidades que já fazem o movimento “contra a atual situação política do país”.
“Para nós, do movimento estudantil, não dá pra falar de protesto sem pensar na atualização desses métodos de organização. Entendemos que a luta não deve envolver apenas os grandes trios e os movimentos sindicais. Para alcançar mais pessoas, devemos trazer a cultura para a linha de frente desse processo”, argumentou a estudante.
Durante os shows, artistas apresentaram músicas autorais e canções conhecidas como “de protesto”, entre elas Opinião, do compositor Zé Ketti, e Roda Viva, de Chico Buarque.