A chanceler alemã, Angela Merkel, e o líder social-democrata, Martin Schulz, confirmaram nesta sexta-feira (12) que alcançaram um acordo para uma futura grande coalizão, após cinco dias de conversas e uma rodada final de negociação de mais de 24 horas de duração. A informação é da Agência EFE.
Os três partidos envolvidos recomendarão o início formal de negociações, após alcançar um acordo “sólido e sério”, capaz de garantir a “governabilidade do país” durante toda a legislatura, afirmou a líder do bloco conservador, em entrevista coletiva conjunta com Schulz e o presidente da União Social-Cristã da Baviera (CSU), Horst Seehofer.
O pré-acordo alcançado é, segundo a chanceler, um texto “não superficial, baseado na ideia de dar e receber”, que reflete o compromisso das partes de trabalhar para que, dentro de 10 a 15 anos, a população continue vivendo bem na Alemanha.
Nesse sentido, Merkel citou os investimentos em áreas como a digitalização, a educação e a segurança. Ela lembrou que “a Alemanha tem sua responsabilidade no mundo” e ressaltou a necessidade de dar “um novo impulso para a Europa”, que será alcançado, na sua opinião, pelas mãos da França.
Tanto Merkel quanto Schulz admitiram que na negociação houve “momentos turbulentos”, mas asseguraram que nunca se chegou “à beira do fracasso”, já que compartilhavam um “objetivo comum” e a vontade de alcançar um acordo.
Schulz detalhou que as conversas foram dominadas pelo “espírito de jogo limpo”, durante negociações que qualificou como “longas, duras, emocionantes, interessantes, turbulentas e baseadas no respeito mútuo”.
O líder social-democrata disse ainda que os resultados alcançados nas negociações são “excelentes” e garantiu que os acordos refletidos no documento não são apenas “retórica”.
Para Schulz, o aspecto fundamental é que se conseguiu pôr a ênfase necessária no termo “impulso para a Europa”, reflexo do “senso de responsabilidade da Alemanha” e do apoio à linha marcada pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
Seehofer, cuja legenda insistia em dar uma guinada direitista à política migratória, destacou o “excelente resultado obtido” e o “equilíbrio conseguido” entre os aspectos sociais, entre eles o correspondente às aposentadorias.
O pré-acordo prevê também a limitação da chegada de refugiados a 200 mil por ano, assim como a restrição do direito ao reagrupamento familiar a 1.000 pessoas por mês, dois aspectos que levam o selo da União Social-Cristã.