“Água mole em pedra dura tanta bate até que fura”. Temeroso de que às reivindicações cobradas pela Associação da Polícia e Bombeiros do Estado do Amazonas pudessem irromper um movimento de greve acenada para o dia 15, quinta-feira, pelo grosso da tropa, o governador Amazonino Mendes preferiu dar um passo atrás e promover 2.096 policiais militares.
A decisão foi tomada em menos de 24 horas da demonstração de força da categoria que, no final da tarde de segunda-feira, interditou, parcialmente, o trânsito na Avenida Torquato Tapajós.
Durante meses, Amazonino Mendes fez questão de torcer o nariz às reivindicações da categoria, principalmente depois que um parecer da Procuradoria Geral do Estado, encomendado pelo governador, sepultou a lei 4040 que garantia a promoção dos praças da PMAM.
Hoje, depois de assinar sobre forte pressão o ato de promoção dos praças, engavetado havia dois anos, Amazonino aparece num vídeo e com extravagante estardalhaço diz, agora, que respeita as categorias, as associações, a sociedade organizada e que estende a mão amiga aos policiais promovidos, propondo-lhes parceria.
“Temos parceria. Vamos dar segurança ao povo”.
Embora relutasse desde o início de seu governo com exacerbado ímpeto em reconhecer os direitos reivindicados pela categoria, Amazonino até agradeceu o empenho dos policiais.
“O meu governo deu a você, policial militar auxílio-fardamento após sete anos de espera, te deu 100% de auxílio-moradia, te deu 100% de auxílio-refeição, etc., etc., etc. e tal.
Amazonino deixou bem claro que o governo que ele representa “deu” e não garantiu o que é devido e de direito à categoria policial.
Apesar dos afagos um tanto que forçados, nem tudo clareou para Amazonino Mendes. De acordo com a Associação da Polícia e Bombeiros do Estado do Amazonas, a greve convocada para o dia continua mantida.
As promoções são apenas parte das reivindicações. A luta, agora, é pelo cumprimento da data-base, que há dois anos não é cumprida e pela manutenção da lei 4004.