O novo presidente do Peru, Martín Vizcarra, iniciou seu mandato nesta sexta-feira (23) afirmando que “chegou a hora de dizer basta” à corrupção no país. “A justiça deverá atuar com independência, responsabilidade e rapidez, mas, ao mesmo tempo, o que aconteceu deve marcar o ponto final de uma política de ódio e confronto, de uma política de ódio e confronto que só prejudicou o país”, declarou ele depois de assumir o cargo. A informação é da EFE.
O novo mandatário afirmou que os principais objetivos de seu governo serão recuperar a estabilidade, a confiança nas instituições e transformar a educação em um pilar central do desenvolvimento. “Nosso projeto é comandar o país pelo caminho da credibilidade e estabilidade. Manterei o que está funcionando, modificarei o que vai melhorar e resolver o que não está sendo feito até agora”, disse.
No discurso solene perante o Congresso, Vizcarra abordou diretamente a questão da corrupção generalizada e das práticas desonestas que marcaram o final da presidência do seu predecessor, Pedro Pablo Kuczynski, assim como a inimizade e a disputa existente entre os poderes do Estado.
“A classe política e os que controlamos cargos temos obrigação de dar resposta às necessidades, reivindicações e aspirações dos peruanos e não nos enredar em brigas que terminam causando um enorme prejuízo ao Peru”, acrescentou.
Martín Vizcarra disse querer que seu governo marque um “ponto final” nessa época e que inicie uma “refundação institucional do país onde a democracia e o respeito nacionais sejam bandeiras”.
Ele tomou posse hoje como novo presidente do Peru, após o Congresso peruano aceitar a renúncia de Kuczynski, envolvido em uma grave crise política.
Vizcarra, que até hoje era primeiro vice-presidente e embaixador peruano no Canadá, recebeu a faixa presidencial e prestou o juramento do cargo, que deverá exercer até 28 de julho de 2021, perante o presidente do Congresso, o fujimorista Luis Galarreta.
Kuczynski renunciou pressionado pelo Congresso, perante evidências, em vídeo e áudio, das tentativas de seus aliados políticos, e de pelo menos um funcionário e um ministro, de comprar o voto de um legislador opositor para impedir a sua destituição (impeachment) por causa dos seus vínculos com a construtora brasileira Odebrecht.