O ministro do STF Gilmar Mendes, com razão, criticou o calendário eleitoral da lava jato e pediu freios para o abuso de poder de integrantes do Ministério Público.
“Pelo que estava olhando no caso do Richa, é um episódio de 2011. Vejam vocês que fundamentaram a prisão preventiva a uns dias da eleição, alguma coisa que suscita muita dúvida. Essas ações já estão sendo investigadas por quatro, cinco anos, ou mais. No caso de Alckmin, Haddad, todos candidatos… E aí [o MP] anuncia uma ação agora! É notório um abuso de poder”, disparou o ministro.
O pronunciamento do magistrado se deu no contexto de representações contra os presidenciáveis Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT), bem como em relação à prisão do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), candidato do Senado.
“É preciso realmente colocar freios. A PGR tem que atuar nisso e também o CNMP [Conselho Nacional do Ministério Público]. […] Acho que é preciso haver moderação. Do contrário, daqui a pouco nós podemos inclusive tumultuar o pleito eleitoral. Sabemos lá que tipo de consórcio há entre um grupo de investigação e um dado candidato”, completou Mendes.
O diabo é que o lampejo de garantismo de Gilmar se dá apenas quando um tucano vai preso — o que é raro — ou quando uma dessas aves — até tico-tico — ficam em apuros.
Acerca deste protecionismo às aves, próprio do STF, o humorista José Simão não perdeu a piada: “Tucano rico em apuros? Chama o Gilmar Mendes”.
Gilmar Mendes poderia até ser secretário-geral da ONU se fosse menos tucano e mais garantista. Fonte/esmaelmorais.com.br