Falta de mulheres incomoda argentinos

Foram 3 mil quilômetros de estrada saindo de Tigre, na província de Buenos Aires. A cada 2 horas, no trailer que carregava oito pessoas, revezava-se o motorista. Um deles era Guillermo Pereyra, que, ao chegar em Brasília por volta das 11h da manhã desta quinta-feira, estranhava apenas um detalhe: não havia qualquer rastro de mulheres no estacionamento do Parque de Exposição da Granja do Torto.

Somente homens no local disponibilizado pelo Governo do Distrito Federal para os torcedores argentinos se abrigarem. Um verdadeiro clube do bolinha, eles admitem.

As únicas duas que se encontravam desde cedo no espaço trabalhavam num posto móvel da Secretaria de Turismo. As demais passavam brevemente por ali somente para dar um suporte na chegada dos motor homes e evitavam ficar circulando sozinhas de um lado para o outro.

A preocupação, claro, era com um avanço às vezes agressivo dos novos ‘moradores’.

Antes de Lionel Messi e companhia entrarem em campo contra a Bélgica, no próximo sábado, às 13h, no Estádio Nacional, por uma vaga nas semifinais da Copa, a ação no Mundial em dias sem partidas fica por conta de Guillermo e seus amigos.

A Polícia Federal trabalha com a possibilidade de receber até 100 mil argentinos para o confronto do fim de semana – ainda que a expectativa seja por um número menor. Uma legião que promete agitar a cidade a exemplo do que fizeram os colombianos na fase de grupos, mas que, segundo as autoridades, carrega um perfil diferente: costumam ser pães-duros na hora de gastar dinheiro.

Para acompanhar a seleção argentina, cada um se vira como pode: no trailer de Guillermo, havia até mesmo um varal com camisas de clubes vizinhos colocadas à venda entre R$ 100 e R$ 150. Praticamente todos os itens necessários para as refeições foram adquiridos ainda em seu país também.

Mesmo o estacionamento do Parque de Exposição da Granja do Torto é gratuito. Existe outra opção num camping do Albergue da Juventude, mais próximo ao Mané Garrincha, mas com uma diária de R$ 50.

“Poderia até dizer que prefiro guardar para um agrado a uma garota, mas sou realista: em São Paulo (nas oitavas de final contra a Suíça), havia pouquíssimas e duvido que será diferente aqui. Vamos atrás de carne”, brinca Ariel Pereyra, outro membro da aventura vindo de Tigre. Não exatamente a carne que você está pensando.

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