Nesta quarta-feira (24), o ex-primeiro-ministro de Portugal José Sócrates acusou o ministro brasileiro da Justiça, Sérgio Moro, de ter sido um juiz “indigno” e de ser um político “medíocre” e uma pessoa “lamentável”, considerando que desrespeita “princípios básicos do Direito”.
O ataque foi feito em uma nota enviada à agência Lusa pelo político português após algumas declarações proferidas em Lisboa por Sérgio Moro, que, enquanto juiz, foi responsável pela Operação Lava Jato e pela prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Em entrevista para a imprensa portuguesa, Moro identificou uma dificuldade institucional, tanto no Brasil, como em Portugal, no sentido da justiça conseguir avançar processos de corrupção contra políticos, como é o canto do ex-primeiro-ministro português.
José Sócrates reagiu caracterizando Sérgio Moro como “um ativista político disfarçado de juiz”. Onde afirmou que o ministro brasileiro tem apenas “um mérito”. “As palavras [por ele] produzidas confirmam o que já se sabia do personagem: Como juiz, indigno; como político, medíocre; como pessoa, lamentável”, apontou o ex-chefe de Estado português, que comandou o país 2005 e 2011.
Na nota enviada à agência Lusa, José Sócrates considera que “é impossível ler a declaração do ministro da Justiça brasileiro sem um esgar de repugnância“.
“Ela põe em causa os princípios básicos do direito e da decência democrática. Não, nunca cometi nenhum crime nem fui condenado por nenhum crime. Não posso aceitar ser condenado sem julgamento, muito menos por autoridades brasileiras”, escreve.
Sócrates finalizou criticando o atual governo brasileiro: “Conhecemos o significado dos discursos governamentais que celebram golpes militares, defendem a tortura e recomendam o banimento dos adversários políticos”, disparou.