A gafe de Bial e o beijo gay

Alisson Gomes foi tratado por alguns brothers como um patinho feio — e não teve tempo para tentar virar cisne. Numa das poucas vezes em que apareceu com algum destaque no programa, o professor mineiro declarou ter sofrido bullying a vida inteira.Agora ele tem mais um trauma a carregar: a passagem insípida pelo BBB14.

Entrou e saiu sem conseguir dizer quem era e o que foi fazer lá. Até chorou na Festa Prata.

A audiência não se comoveu. Houve quem o comparasse a outro educador que fez parte do reality show: Jean Wyllys, campeão do BBB5. Ambos realmente apresentam similaridades. Do perfil intelectual à fragilidade física. A diferença é que Alisson foi quase ignorado pela edição.
Talvez ele tenha preferido passar despercebido para levar o jogo em banho maria. Menos tímido, ou melhor estrategista, Wyllys se projetou logo de cara, foi alvo de perseguição homofóbica pelo grupo do brother Rogério (o Dr. Gê) e conquistou o apoio do público rumo à vitória.

O retrospecto mostra que os telespectadores do BBB gostam de exercitar o instinto fraternal na defesa de participantes transformados em caça. Porém, antes de apoiá-los, precisam conhecê-los.

Alisson deixou o BBB tão incógnito como antes de ser confinado. O professor não fez a lição de casa. Acabou reprovado.

Em 14 edições do programa, essa é a primeira vez que os dois primeiros eliminados, via Paredão, são homens. O professor Alisson agora faz companhia ao cartomante João Almeida na galeria de ex-BBBs.

O BBB14 gerou uma situação inédita: uma justificativa de indicação ao Paredão com 24 horas de atraso. No sábado, Bial não questionou o líder Valter pela indicação de Alisson. Deu branco no Grande Irmão! A produção, que se comunica com ele o tempo todo pelo ponto eletrônico, também deixou passar batido. Boninho deve ter ficado tão feliz com essa falha! Ontem, o apresentador fez entrada ao vivo no ‘Fantástico’. Ele assumiu a gafe e abriu espaço para o rapper apresentar seu argumento. Valter disse ter prometido a Amanda, líder anterior que o enviou ao Paredão, que não revidaria o voto. E justificou a artilharia em Alisson: não gostou de uma suposta inflexibilidade do professor numa conversa qualquer. Evasivo, mas aceitável. A omissão da justificativa no momento da indicação não chegou a prejudicar Alisson.

Outra situação incomum aconteceu na eliminação de domingo: ninguém acompanhou Alisson da sala até a porta amarela. O professor teve a companhia apenas de uma câmera, que o seguiu num ângulo mais fechado. O motivo da saída solitária não foi suposta indiferença dos outros participantes. A Prova do Líder já estava montada no jardim e a produção não quis que os 18 sobreviventes vissem a estrutura antes da hora.

Tatiele Polyana é a nova líder. A paranaense deve ter algum amuleto escondido. Estava no grupo vencedor nas três Provas do Líder. Ela ganhou o direito de imunizar quatro colegas de equipe. Roni foi um dos escolhidos. A miss e o modelo ficaram juntos na Festa Prata. Aline também está interessada no rapaz e se jogou pra cima dele na banheira do spa, diante do olhar fulminante de Tatiele. No Paredão desta noite, Aline pode ser o alvo de várias sisters contrariadas com sua postura considerada periguete. Amanda, também imunizada pela nova líder, destilou um pouco de veneno ao instigar Tatiele contra Aline. Nesta madrugada, durante conversa com Bella no Quarto do Líder, Tatiele revelou a possível indicação: “Vou nas três que eu menos falo: Angela, Aline ou Princy”. Avisa-se no horizonte uma guerrinha feminina.

Durante a Prova do Líder, Bial chamou Tatiele de Franciele. A loira o corrigiu na hora. O apresentador não deixou barato: “Também vocês inventam cada nome”. Uma pesquisa rápida revela que quase todas edições do BBB tiveram algum competidor com nome ‘diferente’. Exemplos: Dhomini e Xaiane (BBB1), Tarciana e Thyrso (BBB2), Harry (BBB3), Géris (BBB4), Marielza (BBB5), Marla e Ralf (BBB8), Tessália (BBB10), Talula (BBB11), Aslan (BBB13).

Letícia poderia ser escalada para uma nova versão de ‘Dona Flor e seus Dois Maridos’. Mas seria necessário alterar o título para três maridos, ou quatro. A bela mineira é assediada por Diego, Rodrigo e Marcelo. Valter, ainda que menos insistente, também se revelou interessado nela. Com tantos fãs, a bacharel em Direito poderá ser uma das mais protegidas nas próximas votações. Resta descobrir até quando ela conseguirá administrar tantos pretendentes. E, quando a morena se decidir, como vão reagir os brothers rejeitados? Homem desprezado não é menos vingativo que mulher abandonada.

Cena 1: Valter rouba um selinho de Letícia. Cena 2: Clara tasca um beijo em Vanessa. Cena 3: Roni avança na boca de Tatiele. Cena 4: Angela beija Junior (foi debaixo do edredom, ninguém viu). Cena 5: Diego e Franciele se pegam. O roteiro de ‘BBB14: Temporada da Paixão’ começou a ser rodado — e os atores estão bem empolgados com seus papéis neste filme quase proibido para menores. Era tudo o que Boninho queria: um tsunami hormonal entre brothers e sisters. O beijaço visto na Festa Prata foi apenas o começo. Quem odeia o BBB tem um bom argumento para detonar esta edição: a tensão sexual cresce a cada dia. Os que gostam do programa vibram com a formação dos primeiros casais. Se continuar neste ritmo, vai faltar edredom na casa.

Enquanto persiste a dúvida se a Globo vai ou não liberar o primeiro beijo gay em novela, previsto para acontecer entre Félix e Niko em ‘Amor à Vida’, a emissora se revela liberal quando o beijo é entre mulheres. A edição de domingo mostrou a ‘ficada’ de Clara e Vanessa. E não foi um beijinho discreto de amigas. Será que a Globo ficou moderninha ou agora topa tudo por audiência? Caso não exibisse a cena, a emissora seria acusada de censura e preconceito. Ou seja, se ficar o bicho pega, se correr o bicho come.

Diego foi o primeiro a ‘pagar pintinho’ (palavras de Bial) ao tomar banho peladão. Depois ficou nu novamente ao se trocar no Quarto Sibéria. Na madrugada de domingo foi a vez de Clara. A stripper pagou ‘peitinho’ (seria mais adequado usar no aumentativo), ‘bundinha’ y otras cositas más. Já foi o tempo em que as câmeras provocavam timidez. “É o apocalipse”, diria Félix.

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