Afetado por forte crise existencial, Amazonino Mendes debocha de jornalista

Os jornalistas Roberta Silva e Fernando Reis certamente ainda guardam, vivo, na memória o dia em que foram severamente repreendidos pelo governador Amazonino Mendes em uma de suas habituais e repentinas crises de estrelismo por não ter gostado das perguntas a ele formuladas.

Roberta Silva, humilhada pelo destempero de Amazonino, chorou compulsivamente. Fernando Reis, depois do ralho, se recompôs e, sem pedir licença, se retirou da sala de reunião do Palácio Rio Negro, na avenida Sete de Setembro, espaço usado à época, também, para as entrevistas coletivas.

Muitos outros, à exemplo da jornalista da Rede Amazônica, que no dia 7 deste mês assistiu, perplexa, a teatralização circense de Amazonino diante da pergunta que lhe fora formulada, foram vítimas da fragilidade e da pobreza de espírito do governador, fruto de suas crises existenciais.

No dia 07, ao ser indagada pela repórter da TV Amazonas qual a solução que teria para as filas nas portas do hospital, Amazonino, em visível estado de descontrole emocional, respondeu com toda a sua empáfia: “a sua pergunta é inócua”.

Inócua? Bom, inócua na definição literal seria que não causa dano material, físico, orgânico; que não é nocivo, prejudicial. substância i. que não causa dano moral, psicológico ou afim; improvável de causar ofensa moral.

Aí está a prova do descontrole emocional, provocado pela arrogância perturbadora do governador. Sequer sabe usar as palavras para se sair de uma saia justa. “Meu amor, você não tem nada com isso. Você é repórter. Não é você que está fazendo a pergunta”.

Dominado pela cegueira emocional e descontrolada de um coração perturbado por forte dose de arrogância, em vez de responde a pergunta da jornalista, Amazonino preferiu o deboche abominável, inadequado, portanto, para o cargo que ocupa.

” Quero dizer que você é maravilhosa e, ainda, é muito bonita, por cima”.

NOTA DE REPÚDIO

A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas (SJP/AM), filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), em nome da categoria, vem a público manifestar seu REPÚDIO a toda e qualquer manifestação de desrespeito e de obstrução do livre exercício da profissão de jornalista.

Na quarta-feira, 07/02, durante entrevista coletiva, o governador do Estado do Amazonas, senhor Amazonino Armando Mendes, desqualificou e desrespeitou a jornalista e repórter da TV Amazonas, Larissa Santiago, no exercício de seu trabalho. Conforme registro público feito pela imprensa local, em momento algum a repórter usou de tom agressivo ou ofensivo para com a autoridade pública em questão e, no entanto, foi ridicularizada pelo governador, por meio da desqualificação de seu trabalho.

Não responder à pergunta é uma prerrogativa de cada cidadão, a exemplo do que ocorre em entrevistas coletivas ao redor do mundo, onde há a prerrogativa de escolha das perguntas que se pretende responder, sempre com tratamento respeitoso ao exercício do jornalismo. Entretanto, lembramos que na sociedade atual não há mais espaço para posturas de não transparência, o que inclui respostas evasivas e chacotas de qualquer natureza, fato que é extensivo a qualquer gestor público.

Ressaltamos ainda que esta postura não cabe ao homem público que se propõe a ter o trabalho julgado pela sociedade. Neste contexto, lembramos que a imprensa exerce papel fundamental das garantidas constitucionais sendo uma delas o direito à liberdade de imprensa, segundo a Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, inciso X.

Nesse sentido, a entidade SOLIDARIZA-SE com a jornalista Larissa Santiago, colocando-se à disposição para encaminhamento das medidas judiciais que se fizerem necessárias.

Manaus, 08 de fevereiro de 2018.

Fato Amazônico

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