247 – Dando continuidade às suas investidas contra o colega de partido e presidente da República, Jair Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP) fez uma carta sobre a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) a embaixador em Washington (EUA). De acordo com o parlamentar, a indicação é um “mimo do Capitão”. Seria o “desejo de realizar novo intercâmbio no exterior, desta vez em grande estilo”, referindo-se aos intercâmbios feitos por Eduardo a Portugal e aos Estados Unidos no passado.
“Eduardo nada tem de diplomático, haja vista ter aventado até mesmo o fechamento do STF por ‘um cabo e um soldado’. Para alçar voos internacionais é preciso, primeiro, respeitar a Constituição Federal e os poderes brasileiros. A destreza em fritar hambúrgueres não o credencia!”, disse Frota.
Leia a íntegra do texto:
“Por que sou contra Eduardo Bolsonaro em Washington?
Eduardo Bolsonaro entrou para a história do Brasil ao eleger-se Deputado Federal com 1.843.735 votos, o mais votado de todos os tempos. Embora esse ‘fenômeno’ seja reflexo do que há de mais velho na política, clãs familiares ocupando cargos eletivos e expandindo seus tentáculos na administração pública, o feito é notável.
Antes mesmo da posse de seu pai, no entanto, Eduardo virou as costas para aqueles que o elegeram e voltou suas ambições para o exterior, realizando diversas viagens internacionais e preparando o terreno para uma saída mais duradoura. E, assim que completou 35 anos, que corresponde à idade mínima constitucional para o exercício do cargo de Embaixador, recebeu um mimo do Capitão, ser indicado para assumir a embaixada mais importante do país, em Washington.
Outro exemplo do que há de mais velho na política: pais beneficiarem seus filhos através da coisa pública. E, para piorar, o Presidente ainda declarou publicamente que seu objetivo é sim beneficiar o próprio filho, o que em si já configuraria o chamado ‘desvio de finalidade’.
Ainda que, formalmente, de nepotismo não se trate, mesmo para o exercício de cargos políticos não se abdica da existência de atributos para o exercício do cargo. A confiança absoluta não basta! A diplomacia nesse nível pressupõe notórios conhecimentos de política internacional, amplos relacionamentos e, sobretudo, profundas habilidades de negociação. Eduardo nada tem de diplomático, haja vista ter aventado até mesmo o fechamento do STF por ‘um cabo e um soldado’. Para alçar voos internacionais é preciso, primeiro, respeitar a Constituição Federal e os poderes brasileiros. A destreza em fritar hamburgueres não o credencia!