Alfredo da Matta anuncia mutirão de atendimento para identificação de hanseníase

FOTO: Antonio Lima / Secom

A Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham) realizou, na noite deste sábado (21/01), o lançamento da campanha Janeiro Roxo, mês destinado à prevenção e combate à Hanseníase em todo o Mundo. Na capital, a Fuham vai ter como principal evento um mutirão de atendimento no dia 28 de janeiro, próximo sábado, das 7h às 15h. O objetivo será a busca ativa por pacientes infectados.

“Todas as pessoas que estiverem com lesão suspeita podem comparecer. Todos os funcionários vão estar envolvidos. Estamos planejando uma logística para que a gente possa oferecer um atendimento de qualidade e que a gente possa controlar a hanseníase em níveis aceitáveis”, afirmou o diretor-presidente da Fuham, médico dermatologista Carlos Chirano. Em 2022, o Amazonas registrou 384 casos da doença, uma taxa de detecção de 4,88/100 mil habitantes, considerada ainda parâmetro de média endemicidade.

Teatro Roxo e Bois Bumbás

O evento de anúncio do mutirão teve um cenário especial. O Teatro Amazonas, principal cartão postal da capital amazonense, ficou iluminado de roxo. Durante o evento, os bois bumbás Caprichoso e Garantido participaram e receberam das mãos do presidente da Fuham, Carlos Chirano, e da diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), Tatyana Amorim, os laços roxos, acessório símbolo da campanha.

“A Fundação Alfredo da Matta envia, mensalmente, indicadores para que a gente possa acompanhar como está a hanseníase no nosso Amazonas. E esse trabalho é fundamental porque é diagnóstico precoce, é tratamento e, principalmente, é prevenir sequelas. Por isso, quanto mais a gente divulgar campanhas como essas mais pessoas vão procurar unidades de Saúde”, afirmou Tatyana Amorim.

Mutirão aberto

O atendimento programado para o dia 28, sábado, começa às 7h. Toda pessoa que tiver algum sinal suspeito deve comparecer ao Alfredo da Matta, localizado na avenida Codajás, número 24, bairro Cachoeirinha, zona sul.

Os sintomas principais da hanseníase são: áreas da pele, ou manchas esbranquiçadas (hipocrômicas), acastanhadas ou avermelhadas, com alterações de sensibilidade ao calor e/ou dolorosa, e/ou ao tato; formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para dormência – a pessoa se queima ou se machuca sem perceber; pápulas, tubérculos e nódulos (caroços), normalmente sem sintomas; diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente nas sobrancelhas (madarose) e pele infiltrada (avermelhada), com diminuição ou ausência de suor no local.

A pessoa vai chegar no Alfredo da Matta, passar por uma triagem e será encaminhado para um especialista. Procedimentos de biópsia também serão realizados, o que deverá agilizar o diagnóstico final. Casos de dermatose (doença de pele) que não sejam confirmados como hanseníase também serão atendidos e ganharão o encaminhamento devido.

Busca Ativa

Normalmente, o atendimento às pessoas suspeitas de estarem com hanseníase são atendidas pela rede básica de Saúde, nas UBS. Mas uma mobilização deste porte ajuda a fazer uma busca ativa, com a realização de um atendimento condensado, de um maior número de pessoas em um curto espaço de tempo. O diagnóstico precoce e o imediato início do tratamento é um dos maiores avanços com este tipo de ação.

Em todo o Amazonas, a capital e a região do entorno reúnem a maior parcela de casos registrados em 2022, cerca de 32,9%. Por isso, a Secretaria Municipal de Saúde também apoia a ação da Fuham. “A ação que a Fundação Alfredo da Matta está realizando vai ajudar muito o município com a detecção de novos casos. A população já entende que a porta de entrada da hanseníase são as unidades básicas (de Saúde), mas essa busca de novos casos vai se intensificar com a ação do dia 28 (de janeiro)”, afirmou a coordenadora do Núcleo de Controle da Hanseníase da Semsa, Ingrid Santos.

Apoio

Além da FVS, dos bois-bumbás e da Semsa, a Fundação Alfredo da Matta também tem o apoio para o Mutirão da Secretaria de Estado de Saúde (SES), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (SEC), da Secretaria de Comunicação do Estado (Secom), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Fundação Adriano Jorge (FAJ), Conselho Municipal de Saúde, Fundação CECOM e do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morahm).

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