Foi tenso e emocionante. Treze meses após a grave lesão que sofreu na perna esquerda, o ex-campeão dos médios (84 kg) do Ultimate, Anderson Silva, retornou ao octógono na luta principal do UFC 183, que aconteceu na madrugada deste sábado para domingo, em Las Vegas (EUA). E, apesar do esperado show não ter acontecido, Spider foi superior ao americano Nick Diaz durante todo o duelo e venceu por decisão unânime dos juízes após os cinco rounds.
Na luta que marcou sua primeira vitória por pontos desde 2010, quando bateu Demian Maia no UFC 112, Anderson Silva anotou também sua 34ª vitória na carreira. Carreira essa que ainda não é certa que terá continuidade. Ao sair do octógono, o atleta de 39 anos foi questionado pela reportagem do “Combate” se ele ainda lutaria mais vezes e a reposta foi um “provavelmente sim”.
Diaz, que adotou o seu habitual jeito provocador desde o primeiro minuto, não concordou muito com a vitória do rival, mas foi enaltecido por Anderson e também retribuiu as palavras ao falar que amava o brasileiro. Foi a décima derrota do americano na carreira que também conta com 26 vitórias e uma luta sem resultado.
A luta
Visivelmente emocionado, Spider respirou fundo diversas vezes no seu trajeto do vestiário até o octógono, passando por toda a torcida que o exaltava. A pressão e apreensão pelo seu retorno ao MMA pareceram deixar Anderson Silva um pouco ‘travado’ no início, mas aos poucos ele foi se soltando e acabou dominando bem o duelo.
Bem ao seu estilo, o americano começou provocando, falando, chamando Anderson pra cima e chegou a se deitar no octógono. Concentrado, o brasileiro não caiu na pilha do adversário. Apesar das várias provocações do americano, quem desferiu mais golpes e foi mais efetivo foi o Spider.
No assalto seguinte, novamente o duelo não teve aquela movimentação que todos esperavam. O americano segui provocando e o foco do brasileiro não mudou. Maior e com vantagem na envergadura, Spider conectou mais golpes. No terceiro round o rosto machucado de Nick Diaz denunciava quem estava levando a pior. Sem tanta margem, Anderson foi melhor de novo.
O quarto assalto foi o menos movimentado. A torcida, que até então permanecia quieta demonstrando tensão com a luta, ensaiou as primeiras vaias por conta da falta de ação dos lutadores. Do lado de fora do octógono, Jon Jones, campeão dos meio-pesados (93 kg), apoiava o Spider e o aplaudia de pé.
E no último e quinto round, Anderson Silva foi superior mais uma vez, ouviu provocações do adversário e festejou saindo do octógono e indo abraçar Jones para depois cair em lágrimas e ser levantado por Nick Diaz. A volta do Spider estava completa.
Mais um brasuca no topo dos médios
A categoria dos médios é verde é amarela. Atual número 11 da divisão até 84 kg, Thales Leites venceu sua quinta luta seguida e segue invicto desde que retornou ao maior torneio de MMA do mundo. Especialista em jiu-jitsu, o atleta da Nova União utilizou exatamente a Arte Suave para finalizar Tim Boetsch com um belo katagatame no segundo round.
Com a vitória, Thales deve subir no ranking e chegar ao top 10 de uma divisão que já possui outros quatro brasileiros entre os melhores, entre eles Anderson Silva e Vitor Belfort.
Adivinhem quem voltou?
“Pessoal dos meio-médios, adivinhem quem está de volta?”, preguntou Thiago ‘Pitbull’ Alves ainda dentro do octógono. E o questionamento foi feito após o brasileiro nocautear o canadense Jordan Meis em uma luta que teve uma grande reviravolta.
Pitbull foi pior no primeiro round e levou desvantagem na luta em pé. Combinando cotoveladas e socos, Mein chegou a balançar o brasuca, mas não conseguiu o nocaute. Na volta para o segundo assalto, no entanto, Thiago Alves acertou um chutaço no corpo do canadense que praticamente acabou com o duelo. Com o adversário bastante abalado, o brasileiro teve apenas o trabalho de desferir socos até o árbitro interromper o combate. Segunda vitória seguida de Thiago Pitbull, que deve retornar ao ranking dos meio-médios (77 kg).