A melancólica falta de equipamentos no Pronto-Socorro 28 de Agosto imprescindíveis para salvar vidas beira às rais do desespero.
Cosminha Freire dos Santos, 45 anos, internada desde o dia 27 de março no leito 311 da UTI PS, aguarda um milagre – sim, isso mesmo, um milagre – para ser levada para uma das duas máquinas de hemodiálise, considerado o único caminho possível para baixar a taxa de potássio do organismo, e de ser poupado de um infarto.
Infelizmente, não há previsão.
Cosminha não é a única exceção. Existem várias outras pessoas que, como ela, aguardam o milagre acontecer.
Não se sabe ao certo quanto tempo pode esperar. Sabe-se, contudo, que, na hipótese de não resistir, a causa não terá sido o covid-19, mas a falta de máquinas tantas vezes solicitadas para o paciente que desenvolveu insuficiência renal.
Os médicos do PS já não sabem mais o que fazer.
Correram para a Defensoria Pública e pediram socorro.
Lamentavelmente, na UTI do PS 28 de Agosto apenas uma máquina foi instalada. Ou seja, “tudo continua como dantes no quartel de Abrantes”.
No PS 28 de Agosto existem 40 leitos de UTI – todos ocupados por pacientes com covid-19. Desse total de leitos, apenas oito pacientes serão submetidos a diálise. Os demais ficarão a espera de um milagre.
De acordo com as normas de saúde, para cada cinco leitos de UTI deveria existir uma máquina de hemodiálise. Logo, independentemente de covid-19, o PS, deveria ter oito máquinas de hemodiálise e não duas existentes.
“Minha esposa precisa de diálise. Não tem vaga. Tem muita gente na frente dela. E agora? indaga Gork Moraes dos Santos, filho de Cosminha, residente no Monte Sião.