Assembleia Legislativa aborta pela segunda vez CPI da Pedofilia

A Assembleia Legislativa do Estado (ALE), abortou pela segunda vez, nesta quarta-feira, 12, a instalação da CPI da Pedofilia. Por decisão da maioria, a instalação da CPI fica para depois das eleições.

Participaram da reunião 21 deputados dos quais nove votaram pela instalação imediata da CPI e 12 defenderam a instalação para depois das eleições de outubro próximo.

O deputado Luiz Castro (PPS), autor do pedido da criação da CPI, disse que, se a comissão fosse instalada até o dia 15 deste mês, os trabalhos durariam apenas 10 dias dentro do período eleitoral e não atrapalhariam porque seriam trabalhos de conclusão.

Quem votou a favor

Luiz Castro (PPS), José Ricardo (PT), Marcelo Ramos (PSB), Chico Preto (PMN), Ricardo Nicolau (PSD), Washington Régis (PMDB), Adjuto Afonso (PP), Conceição Sampaio (PP) e Sinésio Campos (PT).

Quem votou contra

Josué Neto, Belarmino Lins (PMDB), Cabo Maciel (PR), David Almeida (PSD), Vicente Lopes (PMDB), Wilson Lisboa (PCdoB), Marcos Rotta (PMDB), Vera Castelo Branco (PTB), Abdala Fraxe (PTN), Orlando Cidade (PTN), Sidney Leite (PROS) e Tony Medeiros (PSL) foram contrários.

De acordo com o parecer da Procuradoria-Geral da Casa, o requerimento de pedido da instalação obedeceu aos requesitos. A procuradoria somente opinou para que o objeto da CPI ficasse mais definido.

Belão enterrou CPI do Adail

Em novembro de 2007, o então deputado Wallace Souza (falecido) tentou recolher assinaturas para a criação de uma CPI, objetivando investigar as denúncias de irregularidades em Coari.

No final daquele mês, a imprensa local contava que pelo menos um terço dos deputados estaduais estavam dispostos a assinar o requerimento. O documento foi assinado por Wallace Souza, Luiz Castro, José Lobo, Angelus Figueira, Walzenir Falcão, Libeman Moreno, Sabbá Reis e Artur Bisneto.

No último dia do prazo regimental para que as assinaturas fossem adicionadas ou retiradas, um deputado retirou sua assinatura, enterrando, assim, a Comissão de Inquérito. Nem mesmo a deputada Vera Lúcia Castelo Branco, notória opositora de Adail, assinou o requerimento.

José Lobo, principal adversário político de Adail Pinheiro, em Coari, sofreu pressão de emissários do governador Eduardo Braga por conta da aliança do PCdoB com o governo estadual.

Walzenir tem contra si pesados indícios de irregularidades na concessão do seguro-defeso a que os pescadores têm direito anualmente, e a pressão do governo estaria na disponibilidade ou não de “blindar” o deputado contra as acusações.

Belarmino Lins, o presidente da ALE, declarou à época:

“Não haverá açodamento nem precipitação do Poder Legislativo” sobre o pedido de CPI.

Belarmino, conhecido pela parcimônia com que encara os anseios da sociedade sobre casos de corrupção, com não rara rapidez, arquivou o pedido da CPI assim que José Melo convenceu o oitavo deputado a retirar sua assinatura do requerimento de Wallace.

Estava, ali, enterrada uma Comissão de Inquérito que, realizada em improváveis condições normais de temperatura e pressão, teria revelado os bastidores de uma administração marcada por irregularidades.

 

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