A Polícia Militar do Amazonas mostra mais uma vez seu descontrole e que continua a serviço da candidatura à reeleição do governador José Melo (Pros) em detrimento do verdadeiro objetivo da corporação: que é de proteger a população e fazer o patrulhamento do Estado. Ação contou com duas viaturas do Ronda no Bairro, da Rocam, batedores e até helicóptero.
Na tarde desta terça-feira, por volta das 16h, oito policiais militares comandados pelo sargento Augusto Leite e divididos em duas viaturas do Ronda no Bairro – que em vez de estarem cuidando da segurança da população que paga seus impostos – invadiram, sem nenhuma explicação, autorização ou mandado de busca e apreensão, um dos comitês eleitorais da coligação “Renovação e Experiência” do candidato Eduardo Braga (PMDB), localizado na rua 31 do bairro Parque 10, na Zona Centro-Sul de Manaus.
Como num circo e ignorando toda a crise político-institucional e de segurança por que passa neste momento a Polícia Militar, para acompanhar esta “operação” foram deslocados ainda dois batedores e até um helicóptero da PM que sobrevoava o local.
No meio da confusão, uma viatura da Rocam (Ronda Ostensiva Cândido Mariano) também chegou para participar da operação. O capitão Barreto também foi acionado para coordenar a “invasão”.
Num ato covarde, estes policiais apreenderam o material de propaganda do comitê da coligação e o colocaram dentro de uma das viaturas. Segundo eles, haviam recebido uma denúncia de que ali havia propaganda eleitoral ilegal.
Neste momento, o advogado da coligação, Marco Aurélio Choy, contestou a ação dos policiais, classificada como ilegal e arbitrária. Choy denunciou ainda que eles usaram da força para recolher o material eleitoral.
“Este material é lícito, contém CNPJ, está legal. Eu ouvi um major falando através do rádio da viatura com o coronel Raimundo Roosevelt e, pelo que entendi, foi este mesmo coronel quem deu a ordem para fazerem toda essa ação”, afirmou o advogado.
Ainda segundo Marco Aurélio Choy somente a Justiça Eleitoral é que tem poder para apreender qualquer material eleitoral e não a Policia Militar.
“Ninguém pode entrar em uma propriedade particular sem autorização. Tem que ter um mandado de busca e apreensão, quando for o caso”, explicou.
O advogado ainda relatou que todo o material está seguindo a lei e não entendeu a ação que estava acontecendo.
A fiscalização eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) foi chamada. Sem querer dar declarações à imprensa, os fiscais do TRE-AM chegaram a afirmar aos policiais que a ação era ilegal e que eles não tinham autorização para fazê-la.
A Polícia Federal foi acionada e, ao chegar ao local encaminhou todos os envolvidos para a sede da instituição, no bairro D. Pedro, Zona Centro-Oeste, no início da noite para prestarem esclarecimentos.