Banco Central: contas públicas devem melhorar a cada mês em 2015

Os resultados das contas públicas devem ser melhores a cada mês até o final do ano, na avaliação do chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha.

Em maio, o setor público consolidado – governos federal, estaduais e municipais e empresas estatais – apresentou déficit primário de R$ 6,9 bilhões, no mês passado. “Essa foi a primeira vez no ano em que o resultado apresentou melhora na comparação interanual”, disse Rocha. Em maio de 2014, o resultado negativo foi ainda maior: R$ 11,04 bilhões.

Em 12 meses encerrados em maio, o setor público registrou déficit primário de R$ 38,47 bilhões, o que corresponde a 0,68% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Rocha destacou que esse déficit em relação ao PIB é o melhor resultado desde fevereiro deste ano, quando ficou em 0,64%. Segundo Rocha, esse dado teve impacto da melhora do resultado primário de maio, na comparação com o mesmo mês de 2014. “O que se espera é que essa inflexão nos resultados vá se desenvolvendo ao longo do ano”, disse.

O superávit primário, economia de recursos para pagar os juros da dívida pública, ajuda a conter o endividamento do governo, em médio e longo prazos. Para este ano, a meta de superávit primário para o setor público corresponde a R$ 66,3 bilhões ou 1,1% do PIB.

Os gastos com os juros que incidem sobre a dívida chegaram a R$ 52,87 bilhões, em maio, e acumularam R$ 198,93 bilhões, nos cinco meses do ano. No mês, as despesas com juros foram as maiores da série do BC para meses de maio. Segundo Rocha, isso ocorreu devido ao efeito da alta do dólar de 6,2% no mês nas operações de swap cambial feitas pelo BC. Na operação de swap cambial, há uma troca (swap) de rendimentos entre os investidores e o BC, envolvendo dólar e taxa de juros. Quando o dólar cai, o BC tem lucro e o inverso ocorre quando a moeda americana sobe.

Em 12 meses encerrados em maio, os gastos com juros chegaram a R$ 408,762 bilhões, o pior resultado já registrado pelo BC na série histórica, iniciada em dezembro de 2001. Em relação ao PIB, o resultado ficou em 7,22% do PIB, o pior desde abril de 2006 (7,34%).

Em maio, o déficit nominal, formado pelo resultado primário e as despesas com juros, chegou a R$ 59,77 bilhões. De janeiro a maio, o setor público registra déficit nominal de R$ 173,39 bilhões.

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