247 – Ao chegar ao Forte dos Andradas, no Guarujá, litoral de São Paulo, Jair Bolsonaro disse aos jornalistas que, apesar os protestos das torcidas do Santos, irá à Vila Belmiro para assistir à partida entre Santos e São Paulo, que ocorre no final da tarde deste sábado (15).
“O pessoal sabe que eu torço para o Palmeiras, mas como amante de futebol estou indo lá para assistir a um espetáculo, tenho certeza. A torcida do Santos vai me tratar com respeito como eu sempre tratei o Brasil”, disse Bolsonaro.
Em carta à direção do clube, uma das principais organizadas, a Torcida Jovem do Santos, manifestou seu descontentamento com a presença de Jair Bolsonaro na Vila Belmiro.
“Repudiamos o palanque político que essa visita significa e reforçamos que os posicionamentos ideológicos de Bolsonaro são incompatíveis com a pluralidade social, racial, étnica e cultural da torcida santista e de toda a história de luta da Torcida Jovem contra a ditadura militar, enaltecida por esse político”, diz o texto, que ainda lembra que Bolsonaro é palmeirense, “um rival da capital”, “tornando sua presença no estádio ainda mais desnecessária”.
Até mesmo o técnico do Santos, o peronista argentino, Jorge Sampaoli, teria tido uma “áspera discussão” com um dos cartolas do clube, deixando claro que é contra o uso da Vila Belmiro como palanque para Bolsonaro.
Marielle
Na entrevista, Bolsonaro ainda afirmou que está “chateado” com as notícias de um possível mandado de busca e apreensão na casa de seu filho Carlos Bolsonaro relacionadas ao assassinato da vereadora Marielle Franco.
“A vida toca. Vi uma matéria agora de que o PT quer fazer uma busca e apreensão na casa de um filho meu no Rio de Janeiro. O pessoal vê sobre busca e apreensão e pensa que está metido com que coisa errada. Eles querem é saber se eu tenho ligação com Caso Marielle. Não conseguiram nada comigo, vão pra cima de um filho meu. É muita marola, mas deixa a gente chateado, não há dúvidas”, disse.
Bolsonaro relativizou a relação que mantinha com os suspeitos do assassinato de Marielle e questionou o “que teria a ver com a morte desta senhora”.
“Tem 150 pessoas morando no meu condomínio, agora se roubam uma galinha vão me acusar de ter feito uma galinhada”, disse ele.
No entanto, segundo depoimento de um porteiro, um dos suspeitos teria entrado no condomínio depois da autorização do “Seu Jair”.
A versão foi desmentida por procuradores do Ministério Público a partir de uma perícia feita quase um ano depois do ocorrido. Além disso, Jair Bolsonaro admitiu que apreendeu as gravações da portaria antes da polícia, sob o argumento de que era para não adulterarem.