Bolsonaro diz que orientação não é para comemorar, mas para “rememorar” o golpe de 64

247 –Após ser intimado por uma juíza do Distrito Federal a dar explicações e o Ministério Público Federal se manifestar recomendando que as Forças Armadas se abstenham da comemoração ao golpe militar de 1964, o presidente Jair Bolsonaro declarou nesta quinta-feira (28) que o documento assinado pelo Ministério da Defesa e pela Forças Armadas, a ser lido nos quartéis em referência a 31 de março, não teve o objetivo de “comemorar”.

Ao ser questionado se determinar uma comemoração pela data não seria voltar ao assunto, Bolsonaro afirmou que a intenção da ordem não era comemorar o golpe. “Não foi comemorar. Rememorar, rever, ver o que está errado, o que está certo. E usar isso para o bem do Brasil no futuro”, disse Bolsonaro.

A afirmação, no entanto, contradiz o que disse o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, ao confirmar as celebrações por parte das Forças Armadas. O porta-voz disse que o presidente determinou ao Ministério da Defesa que faça as “comemorações devidas” pelos 55 anos do golpe que derrubou o presidente eleito João Goulart e deu início à ditadura militar.

Agora, o discurso de Bolsonaro é dizer que a Lei da Anistia, de 1979, perdoou civis e militares e, portanto, não se deve voltar ao assunto.

“A Lei da Anistia está aí e valeu para todos. Inclusive, o governo militar fez com que ela fosse ampla, geral e irrestrita, porque alguns setores de dentro do parlamento não queria que certas pessoas voltassem do exílio porque os atrapalhariam em seus projetos políticos. Lei da Anistia, vamos respeitar para todo mundo, ponto final, não toca mais no assunto”, disse.

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