Botão de emergência é integrado para dar mais segurança nas viagens

Os passageiros que usam o transporte por aplicativo consideraram uma boa ideia a integração do botão “Ligar para a Polícia” com o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM). O termo de cooperação foi assinado na terça-feira (13), entre o Governo do Amazonas e a Uber, com o objetivo de dar mais segurança aos passageiros e motoristas.

A partir do acionamento do botão no aplicativo, o serviço de emergência receberá automaticamente as informações sobre a viagem.

A arquiteta Márcia Christofoli, 42, utiliza o aplicativo de corrida diariamente e comenta que o recurso pode ajudar o passageiro. “Qualquer recurso que traga mais segurança é bem-vindo. A gente fica meio que no escuro quando entra em um carro, né? E eu vejo que as plataformas já foram muito mais criteriosas na seleção de motoristas. Eu acho muito válido, e a gente só vai saber mesmo se funciona, testando”.

O analista fiscal Danilo Rodrigues, 31, é usuário assíduo de transportes por aplicativo, como Uber, e também comenta que a iniciativa pode ser decisiva em uma situação de emergência.

“Eu acho interessante que os dados da corrida, como placa e principalmente a localização, sejam enviados diretamente para a polícia em caso de emergência. Temos visto muitos relatos de roubos, sequestros relâmpagos e até estupros por usuários do aplicativo”, comentou ele.

Motoristas questionam

Para os motoristas, a integração do botão “Ligar para a Polícia” com o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) não é tão interessante assim, como afirma o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Aplicativos, Marley Jader.

“O que realmente interessa para a gente seria a verificação, para o motorista, da foto do passageiro. Não aparece nenhuma informação do usuário, se ele está pedindo para a mãe dele, filho, porque 80% das corridas são para terceiros. Isso seria mais importante para a gente do que o botão”.

De acordo com ele, o primeiro item que é roubado de um motorista de aplicativo é o celular. “Em uma escala de 0 a 100, acho que 98% é a chance de a gente conseguir usar, porque quando o assaltante entra no carro, a primeira coisa que ele faz é pegar o celular. Ele sabe que nós, como categoria, nos organizamos e criamos as nossas próprias ferramentas de proteção, por isso, o celular é o primeiro item roubado. Então não daria nem tempo de acionarmos o botão”.

De acordo com Márcio de Meo, gerente de Comunicação para Assuntos de Segurança da Uber do Brasil Ltda., o motivo de não mostrar a foto do passageiro, no entendimento da empresa, é não ter uma base confiável para verificar se a pessoa é ela mesma, diferente de como é realizado para cadastrar os motoristas do aplicativo.

“Os documentos oficiais no Brasil são o RG, que fica defasado com o tempo, e o CPF, que não tem foto, o que dificulta na fiscalização. Hoje, isso (mostrar a foto do passageiro) ainda não está nos nossos planos, mas não quer dizer que não será feito no futuro. Estão surgindo empresas com integração de base de fotos, então acredito que, no futuro, isso seja diferente”, explicou.
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