Renato Rodyner, 52 anos, é um artista plástico nascido em Porto Alegre e radicado há 25 anos em Portugal. Com uma longa trajetória, que passa pela xilogravura, litogravura, pintura, escultura e design de joias, Renato mora em Cascais, próximo à capital Lisboa, e é um pintor premiado e reconhecido no exterior. “A arte é boa quando uma pessoa simples olha e se emociona”, afirma.
O gaúcho acaba de chegar de Moscou, onde recebeu o prêmio de Arte Contemporânea no Vera – World Fine Art Festival, que aconteceu no final de maio. Para ele, o maior prêmio não foi o troféu que recebeu, feito por um escultor russo, e sim uma nova oportunidade de expor seu trabalho.
“Alexander Bourganov, um grande artista russo que tem muitas obras em igrejas e praças públicas de Moscou, estava lá para engrandecer o evento. Ele tem um museu [Bourganov Centre] e me perguntaram se eu queria conhecer. Fui sem saber que ele havia visto meu trabalho. Ele disse que a minha obra tinha paixão. Quando cheguei ao museu dele, vi que a nossa obra tem tudo a ver. Fizemos um desenho juntos e ele me convidou para fazer uma exposição lá. Então, daqui a uns meses, farei uma exposição no museu dele. Isso foi melhor que o prêmio!”, contou Renato.
Outro momento de grande alegria para o pintor brasileiro foi quando Pierre Cardin disse que ele era o “novo Picasso”.O designer de moda tem um quadro do artista plástico no antigo castelo do Marquês de Sade, no sudeste da França, do qual é proprietário. Renato conta que Cardin nunca escreveu o elogio publicamente. “Eu devia ter gravado. Foi o maior elogio que recebi!”
Neo-expressionista auto-declarado
O artista, que se descreve como neo-expressionista, é diretor e fundador daRodyner Gallery, galeria de arte que funciona na Casa da Guia, charmoso centro comercial em Cascais, à beira de uma magnífica falésia, com vista para o Atlântico. Segundo Renato, artistas de diversas nacionalidades já expuseram nos corredores do palacete [do século XIX] e, agora, o local está abrigando artistas espanhóis. O espaço, que é ponto turístico de Cascais, tem restaurantes, lojas de moda e decoração, e belos jardins.
Um dos seus últimos trabalhos é a série de quadros “Revolução dos Beijos”, já apresentada no Rio de Janeiro e com planos de ir para Londres. “A ideia surgiu a partir da Revolução dos Cravos [1974], em Portugal. Achei lindo que conseguiram fazer uma revolução com flores, sem armas, sem violência. E vi que no Brasil, há alguns anos, diversos artistas estavam se beijando em forma de protesto. Não eram beijos gays, não estavam defendendo bandeiras; defendiam a liberdade, em um posicionamento contra a ignorância das pessoas, para mostrar que todos têm o direito de se beijar”, afirma.
Para Renato, a arte é boa quando uma pessoa simples olha e se emociona. Ele afirma que, independentemente do estilo, seja naif, abstrato ou hiperrealista, o que ele valoriza é a qualidade do trabalho artístico.