Brian Mier diz que ajudar Bolsonaro e virar ministro é corrupção

Jornalista e editor do site Brasil Wire, Brian Mier avalia os primeiros passos da diplomacia brasileira no governo Bolsonaro, marcada por subserviência à Casa Branca e corte de relações com a China. O jornalista também critica duramente a postura do juiz Sérgio Moro, que aceitou ser ministro da Justiça do governo de extrema-direita. Ele o classifica como “corrupto” por ter prendido Lula e beneficiado Bolsonaro nas eleições e considera que o juiz terá agora “maiores poderes para perseguir jornalistas e atacar partidos que fazem oposição ao governo”.

“Ao prender e perseguir Lula, fica claro que Moro agiu para beneficiar Bolsonaro no processo eleitoral e se torna também um corrupto”, diz o jornalista.

Mier também condena as últimas ações do governo em composição de Bolsonaro, que já sinalizou o corte de relações comerciais com a China e a total subserviência aos EUA. “Será que interessante para o Brasil romper com os chineses? O país está em constante crescimento”, critica.

Na eleição parlamentar ocorrida nesta semana, o Partido Democrata recuperou o controle da Câmara de Representantes (Câmara dos deputados) dos EUA, após oito anos consecutivos de maioria republicana, e deixou o presidente Donald Trump enfraquecido no que resta do seu mandato; No entanto, os republicanos seguem com maioria no Senado.

Mier explica que existe várias correntes de pensamento dentro da lógica bipartidária estadunidense. “Temos, no Partido Democrata, o grupo dos ‘moderados corporativistas’, que podem ser comparados ao PSDB. A ‘Corrente Negra’, dos deputados negros, e a ‘Corrente Interna Progressista’, liderada pelo senador Bernie Sanders”, explica.

Ele afirma que, nos últimos anos, os moderados corporativistas, que agrega nomes como Hillary Clinton e Bill Clinton, vem perdendo espaço político. “Ao invés de serem propositivos e montarem uma plataforma própria, eles vivem da oposição a Donald Trump. Um exemplo semelhante é o PSDB, que viveu a última década exclusivamente como anti-petista”, compara.

“A queda de popularidade dos corporativistas moderados abriu espaço para ascensão dos progressistas democratas nestas eleições. Proporcionalmente, o ganho foi superior ao dos corporativistas”, explica o jornalista.

Para Mier, Sanders tinha muito mais chances de derrotar Trump nas urnas do que Hillary. “Eu gostaria muito de ver Sanders disputando o próxima eleição, o problema á a sua idade, 77 anos”, lamenta.

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