A partir desta semana, 178 famílias atingidas pelo desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo Paissandu, poderão sacar o auxílio-moradia, informou, por meio de nota, a prefeitura de São Paulo.
As famílias devem assinar um termo de adesão. De acordo com o governo municipal, 97 eram moradores do prédio e 81 pessoas serão beneficiadas porque tiveram os imóveis interditados. Hoje (6), o trabalho de busca por cinco desaparecidos nos escombros completa seis dias.
Cerca de 10 toneladas de escombros já foram retiradas, mas ainda há muito entulho. De acordo com o tenente André Elias, porta-voz do Corpo de Bombeiros, 49 homens trabalham no local neste momento. São duas frentes de atuação: uma equipe de busca e resgate em estruturas colapsadas e outra fazendo rescaldo e resfriamento da estrutura. Cinco pessoas ainda estão desaparecidas: um casal e uma mãe com seus dois filhos gêmeos.
Elias informou que a todo momento o trabalho das máquinas é acompanhado pela equipe de resgate e, caso seja identificado alguma evidência dos desaparecidos, é iniciada a busca manual. Além de duas retroescavadeiras, estão sendo utilizados cachorros na operação. Ele destacou ainda que a estratégia, por enquanto, permanece a mesma, mas pode ser reavaliada.
Acampamento
No Largo Paissandu, muitas famílias continuam acampadas a espera do auxílio-moradia que deve ser oferecido pela prefeitura. “A gente recebe muita solidariedade aqui. Não tem o que dizer. Comida não falta, mas a gente quer uma cobertura, né? Um lugar pra se abrigar. Estamos na promessa de uma coisa boa”, disse Neuza Souza, 54 anos, que estava desempregada e por isso precisou morar na ocupação. Ela contou que ouviu explosões antes e logo saiu do prédio com o filho de 15 anos. “Eu ia pegar os meus documentos, mas ele não deixou. Ainda bem, né?”, relembrou.
A prefeitura informou que em março deste ano 171 famílias ocupantes do edifício haviam sido cadastradas. Um abrigo emergencial foi montado embaixo do Viaduto Pedroso, no centro, que funciona das 9h às 16h para acolhimento dos desabrigados. “A gente vai lá, toma um banho. Isso que a gente está fazendo, porque se a gente sai daqui [Largo Paissandu] vão esquecer da gente”, explicou Neuza, que antes de ficar desempregada trabalhava como auxiliar de limpeza.