247 – A atriz Cacau Protásio foi vítima de ataques racistas feito por militares xingam a humorista em áudios que foram divulgados pelo colunista Leo Dias, do UOL.
”Vergonhoso. Mete aquela gorda, preta, numa farda de bombeiro, uma bucha de canhão daquela, com um monte de bailarino viado, quebrando até o chão. Vão achar que é o que? Bombeiro? Aquilo é tudo viado. Lamentável”, diz um militar num áudio enviado em um grupo de WhatsApp.
Em outra mensagem, um oficial afirma: “Olha a vergonha no pátio do quartel central. Essa mulher do Vai que Cola, aquela gorda, colocou a farda e botou os dançarinos viados com roupa de bombeiro. Isso é um esculacho, rapaz. Qual é a desse comandante? Vai deixar uma p… dessas no pátio do quartel?”
A atriz manifestou sua indignação ao que classificou como “vergonhoso”. “Estou fazendo um filme onde faço um bombeiro e fomos gravar, domingo, no batalhão do centro da cidade… Um bombeiro fez vídeo de uma cena solta e espalhou, me chamando de negra, gorda, filha da puta. Não entendi porque tanto ódio. Eu sou negra, sou gorda, sou brasileira, sou atriz. Não mereço ser agredida assim, como nenhuma pessoa [merece]“, rebateu.
Cacau lembrou ainda que “racismo é crime”. “Os bombeiros são uma corporação que respeito, que amo. Sei que sou uma pessoa forte, mas ouvir tudo isso de um ser humano é horrível. Como uma pessoa que veste uma farda tão linda tem essa postura? Como você dizer que ele salva vidas tendo essa postura e falando tanta coisa horrorosa?”, lamenta Cacau.
Na tarde desta quarta, a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro emitiu uma nota sobre o caso publicada pela revista Quem, em que se solidariza com a atriz.
“O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) informa que não compactua com qualquer ato discriminatório. A corporação se solidariza com a atriz Cacau Protásio e já abriu procedimento interno para identificar o(s) militar(es) e apurar a conduta. O CBMERJ reforça o seu compromisso com a população de Vida Alheia e Riquezas Salvar independente de cor, gênero, raça ou qualquer outra distinção. Os atos divulgados não representam a corporação centenária que, por anos seguidos, é considerada a instituição mais confiável do Brasil“, diz a nota.