O último debate com os candidatos ao governo do Amazonas, promovido pela Rede Amazônica de Televisão, não foi diferente dos demais. Em vez de debate perguntas quase sempre desconexas e descontextualizadas.
José Melo repetiu com insipidez as mesmas ideias expostas em debates anteriores. Chico Preto manteve-se coerente e firme em suas proposições, enquanto Hebert Amazonas, tímido, lacônico e insosso, não dizia nada com nada.
Eduardo Braga foi equilibrado em todo o debate e, valendo-se de sua experiência, mandou às favas todas as provocações advindas de Marcelo Ramos, que pagou caro por incorporar o “espírito” Demóstenes Torres, o “vestal da moralidade”.
Depois de meia duzia de melosas lambanças, Marcelo Ramos jamais imaginava que na noite desta terça-feira, 30, sua máscara pudesse cair.
Caiu. E caiu de supertão ao ser indagado por Chico Preto sobre fraudes de licitações, malversações, etc., na SMTU quando ele, Marcelo, mandava por lá.
Foi como se o mundo tivesse desbado sobre a cabeça do rapaz, que logo perdeu o brilho no sorriso quase escancarado com desdém e ares de deboche.
Perdido e sem rumo Marcelo disparou como uma metralhadora biruta, dizendo-se campeão de ações contra a corrupção, etc., etc., etc.
Mas já era tarde. O estrago estava feito e Marcelo pra lá de acabrunhado já não era o mesmo “João Valentão”.
Ainda esgasgado com as provocações, Chico Preto aproveita para apimentar o debate e diz que a única vez em que Marcelo Ramos administrou alguma coisa na vida, ele fez uma licitação bandida na SMTU, favorecendo empresários.
A essas alturas do campeonato, Marcelo estava completamente trôpego, já não tinha mais gás pra prosseguir mesmo depois de alguns pinotes que não lhe permitiram recuperar o fôlego.
Chico, entretanto, não estava satisfeito, apesar da situação vexatória pela qual passava o seu oponente. E continuou com o massacre a lá Myke Tison.
Veio então a o golpe de misericórdia.
“Sobre os seus processos e sobre a utilização de grana de gabinete na Câmara Municipal para outros fins, é essa a “Nova Política” que o senhor defende”?
Encurralado Marcelo respode que mora em um “muquifo” com a família mas sem explicar sobre duras e acachapantes acusações de Chico Preto.
Apesar do massacre, a reserva de oxigênio do candiato do PSB ainda não havia esgotado, pelo menso até Hebert Amazonas entrar na briga.
Fulo da vida, soltando faísa pelas narinas e cuspindo para todos os lados por ser acusado subliminarmente de laranja, em 1 minuto e meio Hebert levou a nocaute o fustigante Marcelo Ramos.
“Não sou laranja, não sou corrupto, não respondo a processo por fraude de licitações ou malversações, não sou capacho dos empresários de ônibus de Manaus e tampouco ajo com covardia como você desde os tempos da Universidade”.
É como diz o ditado: “quem fala o que quer ouve o que não quer”. É isso aí.