Chanceler Mauro Vieira visita região da Palestina, após crise entre Brasil e Israel

Mauro Vieira, chanceler brasileiro - Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira realiza, desde março de 15 de março, visitas a Amã, na Jordânia; a Ramala, na Palestina; a Beirute, no Líbano; e a Riade, na Arábia Saudita.

As viagens ocorrem após a crise entre Brasil e Israel, depois da declaração de Lula, no dia 18 de fevereiro, que comparou a ofensiva de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza com o Holocausto.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, chegou a dizer que o presidente brasileiro é uma “persona non grata em Israel até que ele se desculpe e reconsidere suas palavras”.

Objetivo das viagens

Segundo o Itamaraty, durante os encontros, Vieira “passará em revista os principais pontos da agenda bilateral do Brasil com os respectivos países, sobretudo em temas como cooperação técnica, comércio e investimentos”.

Além disso, a pasta ressalta que o chanceler vai conversar sobre questões regionais de relevância e interesse mútuo, em particular o conflito e a aguda crise humanitária que atingem a Faixa de Gaza , “bem como as perspectivas para estabelecimento de um cessar-fogo e eventual retomada de negociações voltadas a alcançar paz duradoura para o Oriente Médio”.

Palestina como membro pleno da ONU

Neste domingo, 17, Vieira firmou um acordo com o ministro de Relações Exteriores palestino, Riyad Al-Maliki, para que o Brasil lidere a campanha pela admissão da Palestina como membro pleno da ONU ainda em 2024.

Vale destacar que a Palestina é membro observador da ONU desde 2012, o que permite que diplomatas palestinos participem de reuniões da ONU, sem direito a voto – 139 dos 197 países membros da ONU reconhecem o Estado palestino.

O chanceler brasileiro definiu como “ilegal e imoral” negar comida, água e medicamentos a civis, atacar comboios de ajuda humanitária e destruir hospitais. “A credibilidade do atual sistema internacional de governança está debaixo dos escombros de Gaza”, afirmou.

A posição de Lula contra o genocídio em Gaza foi saudada pelo chanceler palestino: “Lula mostrou liderança, coragem e humanismo na atual crise em Gaza ao descrever a situação como ela é.”

De acordo com Fepal – Federação Árabe Palestina do Brasil, “a campanha pelo reconhecimento da Palestina como membro pleno da ONU é fundamental para o estabelecimento de um Estado palestino livre e soberano, e deve enfrentar forte resistência de ‘Israel’ e dos Estados Unidos.

Lula também foi nomeado membro honorário do conselho da Fundação Yasser Arafat. A honraria é um reconhecimento pela posição de Lula em defesa da Palestina. Mauro Vieira representa Lula em cerimônia hoje em Ramala.

Com Informações de Istoé.

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