O Ministério do Comércio chinês publicou a lista de mercadorias, tecnologias e equipamentos que serão proibidos para exportação à Coreia do Norte, no âmbito da Resolução 2.270 do Conselho da Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em março deste ano, Pequim apoiou o novo pacote de sanções, o mais grave da toda a história das sanções contra a Coreia do Norte, introduzido pela ONU em resposta às ações provocativas de Pyongyang depois da realização de testes nucleares no início do ano.
De acordo com a lista divulgada pelo ministério, a proibição atinge as mercadorias e tecnologias que podem ser usadas para a elaboração de armas nucleares, químicas e biológicas. Já é o segundo grande pacote de sanções introduzido pelas autoridades chinesas depois da resolução do Conselho da Segurança da ONU.
No início de abril, Pequim anunciou a restrição do comércio com a Coreia do Norte. Os observadores destacam que a proibição da importação do carvão, ferro, ouro, metais de terras raras e outras matérias-primas pode prejudicar a capacidade militar das Forças Armadas da Coreia do Norte, pois as rendas da venda do ouro e dos metais de terras raras eram dirigidas, na maior parte, para objetivos militares.
O novo pacote de sanções se destina a impedir o crescimento da potência nuclear de Pyongyang.
Durante muito tempo, a China teve a posição moderada no assunto da regulação da situação na península, considerando que a pressão excessiva pode causar mais ações precipitadas por parte do regime norte-coreano. Mas a negligência por Kim Jong-un dos apelos internacionais se tornou muito provocativo.
Isso, por um lado, fez a China um dos promotores da última resolução da ONU. Por outro lado, com a ausência de canais para o diálogo, Pequim começou manifestando mais energicamente, por quaisquer formas, sua preocupação e explicando os motivos das suas ações. Ultimamente, ela tem feito isso através de contatos diretos com representantes da administração norte-coreana.
Provavelmente por essa causa, alguns especialistas falaram sobre o possível abrandamento da posição de Pequim em relação à Coreia do Norte. Entretanto, as sanções introduzidas mostram que a China, apesar das possibilidades que surgiram para o diálogo, continuará solicitando a execução por parte da Coreia do Norte das exigências da ONU.
A China apela para a desnuclearização da península Coreana e para a solução dos desacordos existentes, por meio do diálogo e de consultas.
Analistas militares consideram séria a ameaça de conflito na península. De acordo com eles, Pequim pode enfrentar um fluxo de refugiados, a contaminação radiológica e a agravação da situação estratégica por causa de desdobramento na região das forças dos Estados Unidos.