Christiane Torloni diz que quem votou em Bolsonaro sabia o que ele iria fazer

Brasil 247 –  Reportagem de Rafael Godinho no UOL informa que Christiane Torloni está estarrecida com as queimadas na floresta amazônica.

A atriz conheceu a fundo os problemas enfrentados na região Norte do país durante a produção do documentário Amazônia – O Despertar da Florestania.

O longa, de 108 minutos, da Globo Filmes, marca a estreia da artista como diretora ao lado de Miguel Przewodowski. Os dois se dedicaram à filmagem durante cinco anos. Em conversa exclusiva com o UOL, ela alertou para a gravidade do assunto e fez críticas às políticas ambientais do governo Jair Bolsonaro.

“É inacreditável como as coisas se desconstituíram. Cada dia que passa, o filme parece mais ter sido feito por encomenda. É impressionante como não existe ninguém que saia indiferente do cinema. Estou muito orgulhosa. As pessoas estão se emocionando. Durante muito tempo, a população se blindou em relação a essa questão da Amazônia”, declara ela, orgulhosa do trabalho.

De acordo com a publicação, Christiane deixa bem claro que o filme é apartidário. A atriz, que já fez parte de movimentos sociais importantes, como as Diretas Já, afirma que prefere manter distância da política.

“O afastamento foi consciente. Resolvi fazer esse documentário para encerrar um ciclo. As pessoas me pressionaram muito. Decidi me manifestar sobre um assunto sobre o qual devo e posso opinar. Este filme é a grande resposta que eu tenho”, justifica.

Ao comentar as recentes queimadas, ela não consegue evitar falar do atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

“A indicação dele é uma mensagem clara que o governo deu. Não tem milagre nesse sentido. Se você pega os depoimentos que foram dados desde o primeiro momento pelo ministro do Meio Ambiente, você vê o histórico que ele tem, você acha que essa pessoa é ministrável? Ele tem a expertise necessária para estar nessa pasta?”, questiona.

Mesmo com as ameaças de retaliação internacional, Bolsonaro manteve firme seu posicionamento em relação ao meio ambiente. O presidente disse, em agosto, que as reservas indígenas atrapalham o desenvolvimento do país e que ele não fará demarcação de terras durante seu governo.

Para Christiane, quem ajudou a elegê-lo é conivente com tudo o que está acontecendo.

“Quem votou no atual presidente da república sabia o que ele iria fazer. Se tem uma coisa de que não é possível acusá-lo é de ter mentido sobre isso. Agora, as pessoas dizem que não foi bem assim. Ele foi claro e taxativo. Por isso, quem faz parte de qualquer tipo de instituição, ONG ou iniciativa nesse sentido já estava preocupadíssimo durante a campanha eleitoral, caso ele fosse eleito”, completa o portal.

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