Íntegra da carta enviada pelo filho do paciente à redação do Blog com dramático apelo às autoridades do estado.
Aqui é um apelo de um profissional da saúde pública, que sabe o que está acontecendo com um seu familiar (pai) e não pode fazer nada.
Meu pai Luiz Ferreira Lima, 73 anos foi diagnosticado com Câncer Pulmonar há quase seis meses. Minha família apesar de grande, não possui recursos financeiros suficiente para realizar o tratamento particular do meu pai.
Recorremos a FCECON que todo manauara sabe que é o centro público específico em Oncologia. Ao longo desses quase seis meses, meu pai ainda não conseguiu iniciar o tratamento oncológico.
De início, foi pedido alguns exames complementares e um deles se chamava Broncoscopia.
A FCECON alegou incapacidade de realizar tal exame, pois o aparelho que realiza o exame se encontrava desmontado.
Pediram para aguardar.
Não conseguimos aguentar tanto tempo. A família se reuniu e conseguimos pagar tal exame, cerca de R$ 2.000,00 aproximadamente.
Foi marcada a consulta para levar o resultado do exame e a médica responsável disse que não podia ser iniciado o tratamento devido o exame de análise de resistência óssea não ter sido pedido, logo não tinha em mão.
Diante disso, a médica solicitou o exame e mais uma ressonância do encéfalo, no entanto marcou uma sessão quimioterápica sem os devidos exames.
No mesmo dia foi informado que não tinha previsão de iniciar o tratamento por falta de um medicamento (TARCSOL), que a FCECON não possuía.
Ficamos esperando.
Minha irmã ligava todos os dias para saber se o tal medicamento já estava disponível, mas sem sucesso.
Passados os dias, quase um mês, a medicação havia chegado.
Meus pais que, não residem em Manaus, foram no mesmo dia para a capital amazonense a fim de que ele, o o meu pai, realizasse a sessão na manhã seguinte.
No outro dia, pela manhã, meu pai foi a FCECON e estando pronto para iniciar, deitado na maca, com a vestimenta apropriada, teve que, mais uma vez, não realizar o exame porque agora estava faltando o medicamento CARBOPLATINA.
Ficamos sem saber o que fazer.
Meu pai, um senhor de 73 anos, se submetia-se a esse tipo de descaso.
Mais uma vez, foi pedido que nós ligássemos todos os dias para saber da chegada do medicamento.
Falando com minha irmã, hoje, ela me referiu que na ligação de hoje a pessoa do outro lado do telefone disse não ter previsão da chegada do medicamento.
Indagado pela minha irmã a respeito do porquê da falta e da demora do medicamento, a pessoa respondeu que o diretor da FCECON não assinou a autorização da compra do medicamento, alegando que o medicamento é caro.
Perguntamos nós: O que fazer diante disso? Qual o órgão responsável que fiscaliza essa ingerência?
Não sabemos mas o que fazer.
Semana que vem meu pai fará 6 meses com diagnóstico de CA Pulmonar e até agora nada conseguimos para realizar o tratamento.
Meu pai ainda está forte, não aparenta estar com a doença, mas sei que uma hora vai piorar e nós familiares não saberemos como viver com a culpa de que estamos sendo irresponsáveis por não tomarmos uma providência.
A minha preocupação é que, eu não resido no Amazonas e não posso fazer nada da onde estou.
FAÇO ESSE APELO, que divulguem.