Comandante Militar da Amazônia critica governo e diz que região é tratada como colônia (Por Mário Frota)

O fronINSS, surpreendeu a Nação com a sua entrevista corajosa e patriótica, concedida ao jornal Folha de São Paulo em que, com muita independência e sem medo de qualquer represália política, assumiu a defesa da Amazônia, afirmando, entre outras, que “o governo do País trata a Amazônia como se fosse uma colônia, e não uma região que abriga soluções capazes de solucionar alguns dos grandes problemas que afligem a humanidade”.
Com certeza que os donos do poder, ou seja, os poderosos de Brasília não gostaram da afirmativa do ilustre general de que “o Brasil desconhece a Amazônia”.

E foi mais longe quando afirmou que “a Amazônia não está integrada ao restante do País, assim como não há conhecimento no centro-sul da sua realidade, de suas potencialidades”.
Prosseguindo, ou seja, metendo o dedo numa ferida que sangra, mas que o governo federal não dá a mínima, disse que “a Amazônia não é analisada, interpretada, estudada e compreendida numa visão centrada da própria Amazônia, fato que nos coloca – alertou – numa posição periférica”.
Na opinião do Comandante Militar da Amazônia, as informações das necessidades das populações que vivem na região chegam deturpadas, distorcidas, absolutamente desfocadas no centro-sul do Brasil, daí a montagem de soluções inapropriadas para a região.

Acertadamente, o general Villas-Boas aborda o histórico descaso das autoridades federais com a educação, a saúde e o apoio econômico à região, inexistente pela ausência de bancos oficiais.

Prosseguindo, lembrou a ausência do INSS e de hospitais ao longo do extenso território da Amazônia brasileira.

O que supre a presença do estado brasileiro ao longo da Amazônia são as Forças Armadas, que ajudam a minorar o sofrimento das populações necessitadas espalhadas ao longo da região, em especial nas áreas de fronteiras.

O general Eduardo Villa-Boas é um brasileiro que conhece a nossa Amazônia como a palma da sua mão.

Ama-a e sofre por ver a forma errada, vesga, como as autoridades federais tratam uma região que não tem similar no mundo, o planeta água como a chamava o meu inesquecível e sábio professor de Economia Política, Samuel Benchimol.

Para o mestre, a Amazônia era tão importante para o equilíbrio do mundo, que todas as nações ricas da Terra deveriam pagar uma espécie de taxa (imposto) pelo oxigênio que produz e beneficia a humanidade como um todo.

Enfim, que o País ouça as palavras desse militar devotado à nossa região, alguém que, do alto da sua responsabilidade com a segurança da Amazônia Brasileira, teve coragem de afirmar, ou melhor, enfrentar e dizer aos poderosos de plantão em Brasília, que a Amazônia e o seu povo merecem respeito e consideração.

O que todos sabemos é que a ocupação racional da Amazônia pelos brasileiros deve ser objetivo e responsabilidade de todos, haja vista que, em razão das suas potencialidades – pois que aqui temos riquezas imensuráveis, traduzidas na maior biodiversidade do mundo, a mais extensa floresta e o maior reservatório de água doce do Planeta – é compreensível, é óbvio, que, em razão de tudo isso, nações poderosas gostariam de abocanhá-la.

A cobiça internacional continua rondando esta região. Só os absolutamente idiotas é que fazem questão de não enxergar.

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