Um confronto entre a Polícia Militar e professores em Curitiba na tarde desta quarta-feira, 29, deixou 180 pessoas (a maioria professores) feridas, segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Quinze delas permanecem hospitalizadas, com ferimentos graves. A prefeitura de Curitiba fala em 200 feridos no total. Os ativistas estavam nas proximidades da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para acompanhar votação do projeto que autoriza o governo estadual a mexer no fundo de previdência dos servidores do Estado.
A Tropa de Choque fazia um cerco ao prédio Alep, quando o conflito começou e os manifestantes foram agredidos. Um dos líderes sindicais ligado aos professores disse que o projeto seria votado, independentemente dos protestos contrários e, então, a PM teria avançado em direção aos manifestantes. Tiros de bala de borracha e bombas de gás lacrimogêneo foram lançados. Lideranças que estavam sobre um caminhão, no Centro Cívico, passaram a pedir ambulâncias para cuidar das pessoas feridas.
A PM informou que 17 policiais foram presos por se recusarem a participar do cerco aos professores. A Alep alegava ter recebido uma liminar da Justiça que garantia o veto a entrada de pessoas para acompanhar a votação.
Um professor identificado como Davi disse que levou três tiros de bala de borracha e outras pessoas, segundo ele, chegaram a levar até seis de tiros. Os feridos foram levados para o subsolo do prédio da Prefeitura de Curitiba, que foi transformado em uma espécie de “ambulatório”.
Entre os feridos estão também o cinegrafista Rafael Passos da CATVE, que foi atingido por uma bala de borracha, e um cinegrafista da Band, atacado por cachorros dos policiais. O comando da polícia informou que 20 soldados se feriram e dez pessoas foram detidas, sendo sete líderes sindicais ligados aos professores.