CPI convida médica Nise Yamaguchi para falar sobre “tratamento precoce”

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid no Senado convidou, nesta quinta-feira (13), a médica Nise Yamaguchi. Ela defende a prescrição de cloroquina como forma de “tratamento precoce” contra a covid-19.

A comissão investiga as ações do governo federal e o uso de recursos da União por Estados e municípios no enfrentamento à pandemia. Entre as solicitações feitas no 1º dia estão pedidos de informações sobre o fornecimento de respiradores, EPIs (equipamentos de proteção individual), medicamentos do “kit intubação” e de oxigênio.

Originalmente, Yamaguchi seria convocada pela CPI. Dessa forma ela falaria como testemunha e cometeria crime caso não falasse a verdade.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), que é do grupo de apoio do presidente Jair Bolsonaro, questionou a forma que ela seria chamada. Em acordo, mudou-se o requerimento para convite, quando o convidado pode inclusive se recusar a comparecer.

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Antonio Barra Torres, disse à CPI que a médica defendeu a mudança na bula da cloroquina para que fosse usada contra covid-19.

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou à comissão em 4 de maio que esteve em reunião onde foi lhe mostrado um rascunho de decreto que mudava a bula do medicamento. O remédio não tem tem estudos conclusivos que comprovem sua eficácia para o tratamento da covid-19.

Como convidada, a médica será ouvida como uma especialista sobre o tema, mas não deve escapar de ser questionada sobre o episódio relatado por Barra Torres e Mandetta.

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