O Parlamento de Cuba ampliou seu mandato legislativo em dois meses nesta quinta-feira (21), estendendo-o até abril e adiando a transferência histórica de poder de Raúl Castro para um novo presidente, noticiou a mídia estatal cubana. A informação é da Reuters.
A Assembleia Nacional, que se reúne duas vezes por ano, atribuiu o adiamento ao caos provocado em setembro pelo furacão Irma, que varreu a ilha comunista, arrancando telhados, desenraizando árvores e alagando áreas litorâneas baixas. Alguns observadores de Cuba acreditam que o atraso se deve mais à preocupação de garantir a estabilidade na transferência dos líderes da Revolução de 1959, que depuseram um ditador apoiado pelos Estados Unidos, para uma nova geração.
Raúl e seu irmão mais velho, o já falecido Fidel, comandaram o país durante quase 60 anos. O herdeiro mais provável, o primeiro vice-presidente Miguel Díaz-Canel, nasceu um ano após a revolução e tem um perfil público muito mais discreto. Cuba já havia adiado em um mês as eleições municipais planejadas originalmente para outubro devido ao Irma.
De qualquer modo, a transição política ocorre no momento em que Cuba enfrenta uma série de outros desafios, da redução da ajuda de sua aliada socialista Venezuela à reversão parcial da reaproximação Cuba-EUA e ao endurecimento do embargo de décadas determinado pelo presidente norte-americano Donald Trump.
Mas o crescimento no turismo, transporte, comunicações, agricultura e construção proporcionou uma expansão de 1,6% neste ano à Ilha. O número de turistas que visitaram Cuba cresceu 19,7%, chegando a 4,3 milhões nos 11 primeiros meses do ano, disse o ministro do Turismo esta semana. E, segundo o ministro da Economia, Cabrisas, o governo prevê que o país crescerá cerca de 2% no ano que vem.