O debate realizado neste sábado, 17, em Manacapuru, pela Rádio Palmeira 102.1 FM, com os seis candidatos que disputam a prefeitura do município, foi um verdadeiro festival de asneiras, protagonizadas, sobretudo, por Beto D’Ângelo e Paulo Freire.
Beto D’Ângelo, por exemplo, que ingressou na política com a esperteza da maioria dos parlamentares deste Brasil Varonil, sem pedir licenciamento da Polícia Militar, onde exercia a função de cabo PM e, assim, ter garantindo salário duplicado, veio com a seguinte pérola: “como prefeito vou transformar o município em central de abastecimento de Manaus e do Brasil”.
A proposta é, sem dúvida, fantástica, arrojada, um salto para o desenvolvimento das economias mais prósperas do mundo -, enfim, a redenção proposta por Beto é tudo que qualquer cidade ou município deste imenso Brasil verde-amarelo desejaria ter.
Apesar de mirabolante, o candidato do governador José Melo, como ele mesmo disse ser, foi corajoso, embora a sua fantasiosa ideia esteja a milhões de anos luzes da realidade da terra dos guerreiros muras.
Paulo Freire, ex-prefeito do município, que há 30 anos trocou Manacapuru pela cidade de Boa Vista (RR), onde atua no campo do agronegócio, também, teve os seus momentos de elocubrações mentais.
O turismos foi enfaticamente defendido por ele como a solução de todos os problemas e males, que para ele são muitos, do município.
Não menos mirabolantes que as propostas do candidato Beto, o veterano político prometeu, através do turismo ecológico, colocar a economia do município nos eixos, possibilitando a geração de milhares de emprego na região do Rio Manacapuru e outros milhares com a implantação do projeto “Monte Cristo” e a ampliação do balneário do “Miriti”.
E mais: no primeiro ano como prefeito, prometeu gerar mil empregos de uma só vez para os jovens da cidade, para os quais pretende priorizar e direcionar o rumo de seu governo na hipótese de ser eleito prefeito.
Paulo Freire talvez não sonhe tão alto como Beto D’Ângelo, mas ao retornar à terra natal, depois de três longas décadas, promete tirar das ruas milhares de meninos e meninas abandonadas por falta de emprego. Como contou e chegou a esse número só ele pode dizer.
Ah! Para não esquecer. Paulo Freire escrachou com a saúde do município. Disse que pelos corredores do hospital transitam ratos, baratas e outas cositas do gênero. “O quadro é tenebroso”, disse ele.
Talvez por falta de lembrança, o candidato não disse como pretende resolver o problema – se com a derrubada do hospital ou com o uso de raticida para expulsar os roedores pra lá de incômodos, claro.
Sidney Seixas e Andrea Cidade alinharam os seus discursos basicamente nas propostas defendidas pelo candidato Paulo Freire, ou seja, mais críticas do que propostas para os próximos quatro anos de administração municipal.
O candidato Angelus Figueira, que omitiu a sua condição de pecuarista em Uberaba, foi elegante em quase todos os momentos do debate.
Em vez de acusar, propôs uma administração revolucionária, com ênfase à educação, mas sem perder a oportunidade de cutucar o governador José Melo que, em vez de construir o hospital prometido, se limitou a inaugurar de uma placa de bronze.
Nem por isso foi poupado por Andréa Cidade, que o acusou de não pagar os salários dos professores no final de 2012.
O prefeito Jaziel Nunes Tororó preferiu evitar o caminho do confronto apimentado e estéril pelo qual pretendiam enveredar Paulo Freire, Andréa Cidade e Sidney Seixas.
Ao contrário disto, falou de suas realizações, das dificuldades enfrentadas pela crise financeira e por duas grandes cheias que exigiram grande esforço do município para socorrer as vítimas da enchente.