O mexicano La Jornada lembrou o caráter excepcional da votação e afirmou que essa “não é a primeira vez que acusações contra Lula são decididas em tempo olímpico”. “De nada serviram as campanhas encabeçadas por juristas e personalidades de todo o mundo exigindo justiça para o ex-presidente. Tampouco o comunicado da Comissão de Direitos Humanos da ONU foi acatado, apesar de o Brasil ser signatário do acordo que determina que as recomendações do órgão sejam cumpridas”, disse.
O argentino El Clarín, lembrou que Lula “encabeça o ranking dos postulantes” à presidência. “Com 39% das intenções, segundo a última pesquisa do Datafolha, está à frente e longe do segundo [colocado].” O periódico diz que “as cenas deste novo julgamento não são diferentes das vistas até agora durante o processo de impeachment que derrubou a ex-presidente Dilma Rousseff”.
O também argentino Página 12 afirma que a decisão do TSE deixa de fora da disputa presidencial o “claro favorito nas urnas”. O diário lembrou que o ex-presidente ainda tem a possibilidade de recorrer da decisão.
O português Público destacou a agilidade em julgar a impugnação de Lula. “Não foi apenas a proximidade das eleições que provocou este sentido de urgência. O fato de começar neste sábado o período em que os candidatos têm direito a tempo de antena também fez com que se apressasse a tomada de decisão”.
O britânico The Guardian afirmou que a deliberação “veio depois de uma dramática e cansativa sessão transmitida ao vivo na televisão e em sites de notícias, e desafiou um pedido do Comitê de Direitos Humanos da ONU”. Segundo o jornal, Lula “lidera as pesquisas nas eleições presidenciais mais imprevisíveis e polarizadas do Brasil em décadas”.
Já para o norte-americano The Washington Post, “o fim da candidatura de Lula abre o campo eleitoral ao segundo colocado, Jair Bolsonaro, um congressista de direita e ex-soldado cuja plataforma inclui legalização do porte de armas e regulamentação ambientais mais fracas”.
O jornal também menciona o documento assinado por 30 parlamentares dos EUA, incluindo o senador Bernie Sanders, que questiona a prisão e o processo contra Lula.
Fonte: Opera Mundi