Delatores confirmam pedido de R$ 1 milhão de ex-ministro

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa sustentou em acareação com Alberto Youssef nesta segunda-feira, 22, em Curitiba, que o ex-ministro de Comunicação Paulo Bernardo solicitou R$ 1 milhão para o esquema de cartel e corrupção na Petrobras. Peças centrais nas investigações da Operação Lava Jato, os dois ficaram frente a frente por cerca de 10 horas para confrontar versões conflitantes de suas delações premiadas, em relação ao envolvimento de políticos.

Nesta terça-feira, 23, os dois vão detalhar o suposto pagamento de R$ 2 milhões a pedido do ex-ministro Antônio Palocci em 2010. A Lava Jato apura se a beneficiária foi a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2010.

Os dois farão acareação ainda na quarta-feira, 24, e na quinta-feira, 25, tratando de outros pontos que não são convergentes entre as duas delações, como o envolvimento do ex-ministro Edison Lobão, do PMDB.

Os três ex-ministros são alvos de inquéritos abertos a partir de março dentro do conteúdo das delações premiadas fechadas por Costa e Youssef no Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, os pedidos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foram para abertura de inquérito contra Lobão e a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) – suposta beneficiária do pedido feito por Bernardo. No caso de Palocci, o STF remeteu o caso a Curitiba, onde foi aberto inquérito.

A acareação é conduzida por um delegado da PF de Brasília, onde são conduzidos os inquéritos sob a guarda da força-tarefa criada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Os termos são colhidos no âmbito dos inquéritos que sobrem no Supremo Tribunal Federal (STF), envolvendo políticos, e que estão em fase inicial.

O ex-diretor e o doleiro são condenados da Lava Jato acusados de serem braços do PP no esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras, entre 2004 e 2012 – com pagamentos acontecendo até 2014.

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