Denúncias de Wilker Barreto evidenciam desprezo do Governo com a saúde das mulheres no Amazonas  

Grávidas dando à luz no chão de hospitais, diminuição de leitos em maternidade, unidades de terapia intensiva inadequadas, cirurgias ginecológicas adiadas, ausência de ginecologistas e falta de atendimento voltado para crianças. Esse é o cenário catastrófico que as mulheres do Amazonas se deparam ao procurarem assistência médica na saúde pública do Estado, após denúncias feitas pelo deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) ao longo da semana e repercutidas em sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) desta quarta-feira, 24.

Diante da tribuna, Wilker enumerou denúncias graves do caos na saúde pública do Estado contra a dignidade da mulher como o caso da paciente Jessica Mata de Souza, que deu à luz no chão da Maternidade Ana Braga, conforme reportagem veiculada pelo portal Radar Amazônico na última terça-feira (23). O deputado também citou a diminuição de leitos da Maternidade Celina Villacrez Ruiz, unidade agregada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Tabatinga, constatada em viagem do parlamentar ao município no final de semana, devido a instalação de leitos de UTI inadequados no complexo hospitalar, fazendo com que grávidas fossem transferidas para atendimento próximo ao setor de urgência junto com outros pacientes em estado grave, causando insatisfação e medo às mulheres.

“Essa é a saúde do Wilson Lima quando fala que cuida da gente, mamães tendo trabalho de parto do lado de fora e bebês nascendo no chão em Manaus por falta de atendimento médico. É impossível não me revoltar, imagina o sentimento de um pai vendo seu filho nascer no chão de um hospital, é um absurdo”, ponderou Barreto.

Cirurgias ginecológicas suspensas

No dia 18 de agosto, Wilker denunciou que as cirurgias ginecológicas e atendimentos na especialidade de mastologia estavam suspensas no Instituto da Mulher Dona Lindu, considerada referência no atendimento à saúde da mulher na região Norte.

Já em relação aos atendimentos de mastologia, as mulheres estão sendo orientadas a buscar o serviço na Unidade Básica de Saúde (UBS) e solicitar uma nova consulta nesta especialidade médica, fundamental para a prevenção, diagnóstico e tratamento da saúde da mama. Em alguns casos, pacientes que já tinham consulta agendada estão tendo que esperar dias ou meses para serem atendidos.

Falta de profissionais

Também no dia 18, Wilker detalhou os problemas encontrados em viagem aos municípios de Atalaia do Norte e Tonantins, no Alto Solimões, que sofrem com a ausência de médicos cirurgiões e ginecologistas, respectivamente. Moradores relataram que mulheres grávidas estão sendo obrigadas a procurar atendimento em outros municípios próximos para realizarem o parto de cesárea, acarretando grandes riscos às mães durante o deslocamento, assim como a falta do acompanhamento ginecológico às pacientes.

“O secretário de saúde foi a Tabatinga e porque não foi ver Atalaia do Norte, que está há meses sem um cirurgião. Porque não cuidou de toda aquela região? Por isso, estou cobrando publicamente providências em nome de mamães daquelas cidades que não têm como fazer nenhum tipo de parto de cesárea”, cobrou Barreto, durante sessão desta quarta.

Caic abandonado

Ainda nesta quarta, Wilker denunciou que o Centro de Atenção Integral à Criança – CAIC Dr. Edson Melo, localizado no bairro Zumbi II, na Zona Leste de Manaus, está há um ano e meio fechado para reforma, mas até agora não foi reinaugurada. Segundo o parlamentar, a paralisação dos serviços está prejudicando mamães da comunidade e adjacências, que estão buscando atendimento infantil em outros bairros, porém, acabam encontrando outras dificuldades, como a distância, falta de estrutura e de informação nas outras unidades.

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