Depois de sofrer dois AVCs, jornalista Banega vive recluso no asilo Dr. Thomas com a saúde fragilizada

Augusto Banega Montenegro, ou simplesmente BANEGA ou BAMBAM (em maiúsculo), nascido no dia 5 de fevereiro de 1950 – logo ainda na casa dos 60 anos de idade -, está doente.

Como assim? Doente?

Não exatamente, doente. Bambam está muito doente.

Ainda anda com bastante dificuldade. Sentado ou deitado não consegue se levantar ou se por de pé sem o auxílio de alguém. O olho esquerdo já não cumpre 100% a sua função. Para tirar a roupa precisa de auxílio de um cuidador.

Banega já não fala.

Com extrema dificuldade articula – balbucia fica melhor – algumas palavras, trôpego, hesitante.

Vítima de dois AVCs (acidente vascular cerebral) em 2018, Banega, hoje, vive no anonimato, refém de seu infortúnio, perdido entre dezenas de “hospedes” que, com ele, dividem os mesmos espaços da Fundação Dr. Thomas, que no passado já foi chamada de Sociedade Asilo de Medicidade Dr. Thomas, em homenagem ao médico canadense Harold Howard Shearme Wolferstan Thomas, conforme ensina a literatura.

Menos mal. Afinal, o Dr. Thomas não é o sonhado e desejado paraíso, com patinação no gelo, campo de golfe ou concerto de Tchaikovsky. Mas, também, não é inferno, não é mesmo?

No seu novo lar, cercado pela numerosa família, Banega enfrenta uma espécie de demência, herdada da sequela vascular, conforme revelou à reportagem do site uma fonte da área de saúde do Dr. Thomas, que não iremos falar o nome dela.

E por que está no Dr. Thomas, abrigo de excelência no atendimento e atenção à pessoa idosa?

Bom, idoso ele é. Isso não há como negar. Agora porque foi internado em uma instituição com responsabilidade de coordenar, acompanhar e avaliar a execução da Política Municipal do Idoso, nem a direção do Dr. Thomas saberia informar.

Ok! Ok! Ok!

Mas quem é Banega, Bambam ou Augusto Banega Montenegro?

Pois é.

Falar minimamente da vasta biografia de Banega sem incorrer no pecado do esquecimento ou da imperdoável ausência de investigação sobre o que fez ou deixou de fazer não é tão simples.

Pioneiro do Curso de Jornalismo, com título de bacharel em Comunicação Social, conferido pela Universidade
Federal do Amazonas (Ufam), Banega atuou ininterruptamente por mais de 40 na maioria das redações dos jornais de Manaus.

Em outras palavras: Banega é a síntese, o elo inquebrantável da própria história do jornalismo contemporâneo que ajudou a escrever no Amazonas.

Amante ardoroso da pescaia esportiva, da política partidária, o filho de Urucurituba, abraçou o jornalismo com brilhantismo vibrante até o momento que a saúde lhe permitiu.

Mesmo doente, o jornalismo continua a pulsar não só nas veias no mais novo hóspede do Dr. Thomas, mas, também, no coração jovem e irriquieto do jornalista de scool, Augusto Banega Montenegro, que ao longo de sua vida profissional desempenhou as funções de subsecretário municipal de Educação e de Comunicação Social.

Banega dispensa comentários.

Compará-lo com os melhores entre os melhores chefes de redação, editores, repórteres, redatores, revisores, copydesks ou até mesmo com os feras da fotografia, é dispensável.

Banega é hors concours.

Poucos jornalistas no Amazonas vibraram tanto com a notícia quanto Banega.

Não raras vezes interrompeu o processo industrial do jornal que atuava para inserir notícia de última hora sem jamais se importar com as consequências daquela intervenção que poderia lhe custar caro inclusive com a dispensa do cargo.

É isso.

Ah! Para não esquecer

1. o banega está tomada pela tristeza. Diz que, apesar dos indispensáveis cuidados recebidos no Dr. Thomas, o seu estado de saúde só tem piorado.

2. o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas até o momento em nada contribuído, segundo afirmou, com recuperação de sua saúde.

3. uma breve busca no Google uma única notícia sequer sobre o estado de saúde de Banega foi localizado.

4. antes de adoecer, Banega trabalhou 29 anos na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam).

5. Em quase um ano internado no Dr. Thomas, nem um deputado o visitou.

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