Foi concluída nesta quinta-feira a manobra política urdida pelo vice-governador José Melo (Pros), com a anuência do governador Omar Aziz (PSD) e auxílio do deputado Silas Câmara (PSD), que vai entregar a administração do segundo maior colégio eleitoral do Estado ao PSC, comandado à distância pelo parlamentar e inserido no projeto político do grupo do poder.
O ouvidor do Estado, ex-vereador Mario Bastos, deixou o cargo para dar lugar ao deputado Wanderley Dallas (PMDB), abrindo vaga para a posse do primeiro suplente Washington Régis (PMDB), que renuncia a prefeitura de Manacapuru em favor de seu vice, Tororó (PSC).
Foi uma manobra engenhosa e não passou nem perto do desgaste de Bastos, que vinha fazendo um trabalho razoável na Ouvidoria. Ele, Dallas, Silas e Tororó são membros da Igreja Assembleia de Deus, que controla, além deste órgão, a Amazonastur e agora terá a prefeitura de Manacapuru para ajudar no projeto político da instituição para 2014. Em troca, a igreja entrará de cabeça na campanha do candidato de Omar ao governo, principalmente se este for José Melo.
Outem comentava-se que a queda de Bastos faria parte de um movimento para afastar do poder o grupo composto por ele, pela vereadora Glória Carrate e pelo diretor geral do Detran, Leonel Feitoza, em função do desgaste deles com uma importante autoridade estadual. Isso, entretanto, não é verdade.
O fato é que Bastos obedece a uma ordem de seu grupo político preferencial, a Assembleia de Deus, e mantém intacta sua candidatura a deputado estadual em 2014, ao lado dos aliados Francisco Souza (PSC) e do próprio Dallas, que deve passar apenas quatro meses na Ouvidoria. O curioso é que, para dar a resteira no PMDB, dois de seus filiados toparam fazer parte do esquema.
E por que Régis aceitou o acordo? O prefeito sofre de uma doença degenerativa que o tem tirado de ação ultimamente. Ele não consegue mais administrar o município. Assumir como deputado é uma espécie de saída honrosa.