Mais sexo em nome do país. Esse é o novo lema da Dinamarca, que sonha em aumentar a natalidade e evitar problemas futuros. Para isso, o governo dará dinheiro — isso mesmo, dinheiro — para aqueles que transarem e tiverem filhos.
A campanha faz parte da tentativa de tirar a Dinamarca de um paradoxo enorme: com uma das maiores qualidades de vida do mundo, o país não consegue aumentar a taxa de fertilidade. E olha que, de acordo com a organização Save The Children, o país é o quarto melhor do mundo para ser mãe.
Mas por que a Dinamarca quer tanto que as pessoas tenham filhos? Simples: economia. O país vive uma crise que assola boa parte dos países europeus, que envolve o envelhecimento da população e, consequentemente, a redução de pessoas economicamente ativas.
“Se a situação [da baixa taxa de natalidade] não for revertida, nós teremos que incentivar os dinamarqueses a trabalhar por mais tempo, pagar mais impostos ou cortar o serviço de bem estar social. Ou ainda transferir renda para pessoas fora da força de trabalho”, explica o economista Bo Rasmussen, da Universidade de Aarhus.
Para se ter noção de como a crise de natalidade é levada a sério na Dinamarca, desde 2014 as escolas mudaram as aulas de educação sexual. Hoje, ao invés de ensinar prevenção os colégios ensinam a melhor idade para se engravidar. Ainda no ano passado, pesquisa mostrou que um em cada cinco homens não tinha filho aos 50 anos, enquanto uma em cada sete mulheres também não era mãe até a meia idade.
Não à toa, a agência de viagem Spies chegou ao ponto de dar prêmios em dinheiro aos casais que comprovassem ter engravidado durante as férias. Isso tudo somado a incentivos financeiros e sociais do próprio governo. Na Dinamarca, sexo, além dos incentivos naturais, pode dar lucro.