Dois israelenses morreram neste domingo em um “ataque terrorista palestino”, afirmou em um comunicado o governo de Israel, após uma troca de tiros fatal na Cisjordânia ocupada.
Um texto conjunto assinado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, afirma que “dois civis israelenses morreram em um ataque terrorista palestino” após o incidente no Norte da Cisjordânia, território palestino ocupado desde 1967.
O ataque teve como alvo um carro na principal avenida de Huwara, localidade próxima a Nablus, onde, na quarta-feira, uma operação israelense matou 11 palestinos e deixou mais de 80 feridos a tiros, o maior balanço de vítimas fatais em uma incursão desde 2005.
Um porta-voz do serviço de emergência Magen David Adom (MDA) informou que duas pessoas foram levadas ao hospital neste domingo, mas não resistiram aos ferimentos e faleceram pouco depois.
Gil Bismuth, médico do MDA, disse que atendeu os feridos, “que estavam inconscientes perto do carro”.
O exército israelense anunciou que seus soldados estavam “perseguindo os terroristas e bloqueando a área”. As forças de segurança mobilizadas na rodovia também paravam e revistavam todos os veículos.
O Conselho Regional Shomron, que administra os assentamentos israelenses na zona Norte da Cisjordânia, informou que os mortos eram judeus.
O Exército israelense realiza operações quase diárias no território palestino, principalmente no Norte, onde ficam Nablus e Jenin, redutos dos grupos armados palestinos. O início de 2023, contudo, é o mais letal na região em 15 anos, piora que coincidiu com o retorno do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ao poder em dezembro após um interregno de um ano e meio. Netanyahu agora lidera a coalizão mais à direita e antiárabe da História israelense.
Compromisso para evitar mais violência
Para tentar restabelecer a calma nos territórios palestinos, representantes israelenses e palestinos se reuniram neste domingo na cidade jordaniana de Aqaba e prometeram “evitar novos atos de violência” e buscar maneiras de acalmar a situação na Cisjordânia, de acordo com um comunicado conjunto divulgado após a reunião.
Após “discussões profundas e francas”, os participantes da reunião na cidade de Aqaba “reafirmaram a necessidade de se comprometer com uma distensão no terreno e evitar novos atos de violência”.
A reunião contou com a presença de autoridades jordanianas, egípcias, israelenses, palestinas e americanas, disse a declaração de oito pontos.
Entre eles estavam o chefe dos serviços de inteligência palestinos, Majed Faraj, o chefe do serviço de inteligência interna israelense (Shin Beth), Ronen Bar, e o coordenador do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Brett McGurk.
A reunião, que durou o dia todo, buscou restaurar a calma nos territórios palestinos após vários dias de violência mortal, informou a televisão estatal jordaniana. É a primeira reunião do tipo em anos.
Ao final das discussões, o governo israelense e a Autoridade Nacional Palestina “confirmaram sua vontade e compromisso conjunto” de encerrar as medidas unilaterais por um período de três a seis meses.
O acordo inclui o compromisso de Israel de parar de discutir o estabelecimento de novos assentamentos por quatro meses e de não legalizar assentamentos “selvagens” por seis meses, de acordo com o texto.